Por ordem de traficantes, carros com vidros fechados são proibidos de entrar na Gardênia Azul
Segundo um comunicado dos criminosos do Comando Vermelho (CV), compartilhado nas redes sociais, os veículos deverão entrar com os vidros abaixados, pisca alerta ligado e luz do salão acesa
Após começar uma operação policial na Cidade de Deus, pessoas manifestaram fechando a Estrada Miguel Salazar, na Cidade de Deus, no início da tarde, colocando caçambas de lixo no meio da rua e ateando fogo para tentar bloquear o trânsito. Nesta Sexta-feira (09). - Pedro Ivo/Agência O Dia
Após começar uma operação policial na Cidade de Deus, pessoas manifestaram fechando a Estrada Miguel Salazar, na Cidade de Deus, no início da tarde, colocando caçambas de lixo no meio da rua e ateando fogo para tentar bloquear o trânsito. Nesta Sexta-feira (09).Pedro Ivo/Agência O Dia
Rio - Após ser tomada da milícia pelo tráfico de drogas, a Gardênia Azul está recebendo 'novas regras' e, por isso, carros com vidros fechados estão proibidos de entrar na região. Segundo um comunicado de criminosos do Comando Vermelho (CV), compartilhado nas redes sociais, os veículos deverão entrar no local com os vidros abaixados, pisca alerta ligado e luz do salão acesa.
Ainda de acordo com a publicação, os motoristas que desobedecerem as ordens da organização criminosa serão punidos. As mesmas 'regras' são aplicadas em todas as regiões dominadas pelo Comando Vermelho.
"O papo é um só, abraça o papo ou o papo vai te abraçar! Quem não obedecer, o tratamento vai ser diferente", dizia a postagem, com símbolos de faíscas, representando disparos de armas de fogo.
Há cerca de 6 meses, traficantes do Comando Vermelho (CV) invadiram comunidades da Gardênia Azul, Muzema e Rio das Pedras, antes dominadas pela milícia. A briga entre milicianos e traficantes na região ainda perdura. Devido a luta por territórios, a Polícia Militar e a Polícia Civil têm intensificado suas atuações na região.
A Gardênia, assim como a Muzema, no Itanhangá, e Rio das Pedras, também na Zona Oeste, sofreram forte influência de milicianos nos últimos 30 anos. Com a invasão, o tráfico, comandado por Edgar Alves de Andrade, também conhecido como 'Doca' e 'Urso', um dos líderes da facção atuante na Penha, na Zona Norte, tomou conta das comunidades e expandiu pontos de venda de drogas pela região.
A região de Gardênia também engloba a localidade do Bateau Mouche, que também foi tomada de milicianos por traficantes do CV e, recentemente, foi palco da destruição de um blindado da PM, como retaliação pela morte do chefe do tráfico da comunidade.
Sob nova liderança criminosa, comerciantes locais tem sido alvo de ameaças e são até mortos, como foi o caso do vendedor de água Ironaldo Salvador de Alcantara, de 51 anos. De acordo com testemunhas, o motivo, ainda não confirmado pela polícia, teria sido a recusa de Ironaldo em comprar mercadoria de traficantes que agora comandam a Gardênia.
Relatos de moradores apontam que 'LC' seria um dos responsáveis pela invasão na comunidade de Gardênia e participou de diversas execuções de milicianos, sendo apontado como envolvido na morte do PM Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como Andinho Polícia. Ele também seria braço direito de Philip Motta Pereira, o 'Lesk', sendo o segundo na hierarquia do tráfico na região.
Nas redes sociais, vídeos mostram Lucas andando de morto com um fuzil atravessado nas costas, ironizando inimigos de facções rivais.
No último dia 4 de março, um homem foi morto a tiros e outro foi baleado na Praça do Gardênia Azul. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 18ºBPM (Jacarepaguá) foram acionados para a Estrada Tenente-Coronel Muniz de Aragão. No local, a equipe encontrou um homem já sem vida no interior de um carro. Um outro indivíduo com ferimentos provocados por disparos de arma de fogo foi localizado em um posto de combustível na mesma via.
Gargalhone era considerado um dos chefes da milícia que atuava na Gardênia Azul. Neste ano, Leandro teria se aliado ao Comando Vermelho (CV) para retomar o controle da Gardênia, que havia perdido. Com a ajuda do miliciano, traficantes conseguiram expandir pontos de tráfico de drogas pela região.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para remover os corpos, que foram encaminhados ao IML do Centro do Rio. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
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