Karina Laino Gomes e Edimilson Souza da Silva foram presos nesta quarta-feira (7) em RealengoReprodução
Justiça mantém prisão de dupla suspeita de cometer o crime de 'saidinha de banco' em Realengo
Karina Laino Gomes, que tinha mais de 60 mil seguidores em uma rede social, e Edimilson Souza da Silva foram presos na última quarta-feira (7)
Rio - O juiz Bruno Rodrigues Pinto, da 1ª Vara Criminal da Regional de Bangu, transformou, em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (9), a prisão em flagrante para preventiva de Karina Laino Gomes e Edimilson Souza da Silva, presos com uma arma com identificação suprimida e suspeitos de participarem de uma quadrilha especializada no crime conhecido como "saidinha de banco".
Ambos foram presos na tarde desta quarta-feira (7) próximo à uma agência bancária de Realengo. Segundo a Polícia Civil, a dupla confessou a participação em roubos a pessoas que iam até os bancos da região para realizarem depósitos ou pagamentos. A presença da mulher nos locais de assalto seria imprescindível para a quadrilha que pertencia, já que não despertava suspeitas nas vítimas.
Em sua decisão, o magistrado entendeu que a prisão de Karina e de Edimilson é necessária para a ordem pública, em razão da periculosidade dos suspeitos. O juiz completou que a dupla pertence a uma quadrilha especializada em roubos, o que contribui para a manutenção de suas detenções.
"No caso em apreço, tenho como necessária a prisão preventiva dos custodiados, para garantia da ordem pública, em razão da evidente periculosidade social dos custodiados, aferida a partir da gravidade em concreto do delito e no risco de reiteração delitiva, na medida em que as circunstâncias fáticas revelam, em juízo de cognição sumária, não apenas a presença do porte compartilhado da arma de fogo, mas sobretudo de que não estamos diante de um corriqueiro porte ilegal de arma de fogo, pois as os dados concretos indicam que que os custodiados integram perigoso grupo criminoso, com divisão de funções e tarefas, voltado para a prática de roubos, com emprego de arma de fogo, cujos alvos seriam vítimas em agências bancárias", escreveu Bruno Pinto.
Karina era uma pessoa conhecida em suas redes sociais, que eram utilizadas por ela para exibir viagens ao Nordeste e tatuagens pelo corpo. No TikTok, aplicativo de vídeos, a jovem possui mais de 63 mil seguidores. Em uma das gravações, ela até brincou "Se ser ciumenta e neurótica fossem considerados crimes, eu já estaria presa".
A mulher também utilizava suas redes sociais para postar vídeos e fotos de biquíni. No Instagram, Karina tinha mais de 50 mil seguidores. Entretanto, seu perfil na rede social foi desativado nesta sexta-feira (9), um dia após sua prisão.
De acordo com as investigações da 33ª DP (Realengo), outras quatro pessoas já foram identificadas como membros da quadrilha. A investigação começou depois do setor de roubos e furtos da delegacia identificar a existência de um padrão de conduta sobre crimes acontecendo na frente de uma agência bancária do bairro.
Em contato com o banco, os policiais foram avisados que a prática criminosa vinha crescendo nos últimos meses e que havia um veículo, modelo HB20 branco, sendo usado corriqueiramente para o ato. O carro teria sido usado para um roubo na porta da agência no dia 31 de maio. As imagens do circuito interno do banco foram repassadas para os policiais que começaram a monitorar a presença do veículo pela região.
Na tarde desta quarta-feira (7), os agentes foram acionados para comparecer na agência porque o carro citado estava no local. Depois de buscas na região, Karina e Edimilson foram encontrados com um revólver calibre 38 com identificação suprimida.
De acordo com a Polícia Civil, a instituição afirmou que a dupla confessou a prática de roubos na porta de instituições bancárias, crime conhecido como "saidinha de banco". Eles ainda teriam falado que desenvolveram uma técnica de observação que permitia abordar as vítimas na entrada do banco, conseguindo perceber quem estaria com volumes de depósito ou pagamentos.
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