Familiares e amigos de Michele se reuniram para a triste despedidaRoberta Sampaio / Agência O Dia

Rio - Foi enterrado, na tarde deste sábado (10), no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, Zona Norte do Rio, o corpo de Michele Rodrigues Cunha Fernandes, de 34 anos. A cabeleireira foi morta a tiros dentro da própria casa, em Oswaldo Cruz, na sexta-feira (9). Familiares acusam o companheiro da vítima, identificado como Breno França, como principal suspeito. Ele fugiu logo após o crime.
Em uma cerimônia marcada por gritos de justiça, orações e emoção, familiares e amigos de Michele se reuniram para despedida. “Michele era alegria, bagunça e festa. Uma mulher trabalhadora e muito mãe. É inacreditável o que aconteceu com ela. Esse homem pode ser preso, morrer na cadeia, mas infelizmente, nada vai trazer ela de volta", lamentou Fabiana Pacará, amiga da vítima.
De acordo com Rosane Rocha, outra amiga de Michele, inicialmente, Breno afirmou que o botijão de gás havia explodido e Michele estava machucada. Em uma segunda versão, o suspeito disse que a cabeleireira havia tirado a própria vida. “Eu confiei nele e ainda acalmei ele acreditando que estávamos passando pela mesma dor, mas depois caiu a ficha e percebi que ele estava mentindo e, na verdade, ele que tinha feito aquela covardia com ela.”
Rosane, que é técnica de enfermagem, foi chamada pela mãe de Michele para ajudar a socorrê-la. “Eu achei que ela estava só machucada porque até então era uma explosão de gás. Quando eu entrei na casa, eu vi aquela cena dela cheia de sangue caída no chão e já sem pulso. Eu tenho tantas imagens da Michele feliz, mas infelizmente o que eu vou guardar é a imagem dela caída no chão cheia de sangue", lamentou a amiga.
Familiares e amigos disseram que o relacionamento dos dois, que já durava um ano e meio, não parecia ser conturbado. “Foi um choque o que aconteceu. Michele era guerreira, trabalhadora, mãe e ninguém esperava isso. Eu nunca vi eles brigarem, as vezes que eu o vi, estavam sempre bem. Foi uma surpresa para todos nós e ninguém esperava", relatou Fernanda Pascal, madrinha de Michele.

Breno ainda não foi localizado pela polícia e familiares pedem informações sobre seu paradeiro. "Eu só quero que seja feita a justiça e que as autoridades possam encontrá-lo, para que a morte da minha amiga não seja em vão. Também quero que as pessoas que tenham alguma informação sobre o paradeiro dele, entre em contato com a imprensa, Disque Denúncia, delegacia ou até mesmo algum familiar para que ele seja encontrado e pague pelo o que ele fez", desabafou Rosana. 
Michele deixa um filho, de 8 anos, fruto do primeiro casamento.
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.