Mário Marcelo Santoro é acusado de matar Cecília Haddad em abril de 2018, na AustráliaReprodução

Rio - O engenheiro Mário Marcelo Santoro, de 45 anos, contou detalhes de como matou a administradora de empresas Cecília Haddad, em 2018, na Austrália. Em depoimento dado durante o segundo dia de julgamento, nesta quarta-feira (21), ele relatou que foi na casa da ex-namorada para pegar seu passaporte e a asfixiou após uma discussão.
"Nessa hora, fui em direção a ela. Fui na tentativa de querer calar a boca dela. Infelizmente, foi quando teve a tragédia. Peguei o pescoço dela e apertei muito forte... Eu não queria fazer isso. Ela caiu em segundos, essa imagem não sai da minha cabeça. Ela caiu 'molinha' nos meus braços, eu não lembro se ela chegou a bater cabeça no chão. Eu peguei ela, desesperado, coloquei ela no sofá. Ela não acordava. Tentei fazer massagem nela, não sei se fiz certo ou não. Fui pegar o passaporte e, infelizmente, deu tudo isso", disse Mário.
O engenheiro responde por homicídio qualificado e o julgamento do Tribunal Regional Federal da 2ª Região chegará a uma decisão final nesta quarta-feira.
Relembre o caso
A brasileira Cecília Haddad, com 38 anos na época do crime, foi encontrada morta no Rio Lane Cover, em Sidney, no dia 29 de abril de 2018. No mesmo dia em que o corpo dela foi localizado pela polícia australiana, Mário Marcelo, então ex-namorado, desembarcava no Rio de Janeiro, vindo de Sidney, onde vivia com Cecília.
A Polícia Civil do Rio teve conhecimento do caso em poucos dias depois do crime. A família da vítima contou aos investigadores que Santoro não aceitava o fim do relacionamento e que Cecília tinha medo dele. Após dois meses de investigações, Mário foi preso na Zona Sul do Rio, e, desde então, aguarda a decisão da Justiça Federal detido.
A primeira sessão do Tribunal do Júri, marcada inicialmente para o dia 30 de janeiro deste ano, precisou ser adiada porque o réu desconstituiu o advogado responsável por sua defesa três dias antes.