Barco pode ligar Santos Dumont e Galeão. Ideia foi apresentada à prefeitura, que publicou uma Manifestação de Interesse da Iniciativa PrivadaReprodução

Rio - A ideia de criar uma linha aquaviária, pela Baía de Guanabara, ligando os aeroportos Santos Dumont, no Centro, e o Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, foi apresentada à prefeitura. 

O município publicou, nesta quinta-feira (29), uma Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP), mecanismo em que um consórcio apresenta a proposta de um projeto de interesse público. O grupo empresarial que apresentou a MIP é liderado pela Technion Engenharia e Tecnologia, subconcessionária da RIOGaleão. 
"O principal acesso é a Linha Vermelha, que tem suas limitações de tráfego e segurança. Não dá para garantir que a pessoa vá do ponto A ao B em tantos minutos, pode se surpreender e se tiver trânsito, perdeu o voo. O transporte aquaviário é a melhor saída porque garante que a pessoa chegará a tempo e ainda passando por uma experiência incrível na Baía de Guanabara", ressaltou André Bendavit, diretor de engenharia e sócio da Technion. 
A atual fase, segundo a Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), é o momento em que outras empresas interessadas em fazer o mesmo projeto se manifestem. "A manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP) ficará aberta por 20 dias para recebimento de propostas para o projeto. Após isso, interessados terão 60 dias para apresentarem estudos que demonstram a viabilidade técnica e econômica do serviço. Após análise, será estruturado edital para licitação de acordo com material recebido e com base no projeto que melhor atenda a população", explicou Jorge Arraes, secretário municipal de Coordenação Governamental.
A intenção inicial é que as embarcações saiam da Marina da Glória, que fica em frente ao Santos Dumont, e sigam até a entrada da Ilha do Governador, onde um polo, Aldeya Life Park, está sendo construído pela Technion Engenharia e Tecnologia. A partir dali, uma van ou ônibus levaria os passageiros até os terminais do aeroporto. Num estudo inicial, o trajeto do Centro à Ilha do Governador poderia ser feito entre 11 minutos e 16 minutos.

Segundo a estimativa preliminar, que consta no MIP, cada uma das embarcações, chamadas hovercraft, custaria R$ 80 milhões. A previsão é que para a construção de cada píer de atracação das embarcações e a construção de acessos para os passageiros sejam necessários entre R$ 50 milhões e R$ 80 milhões.
O Fórum Empresarial Lide, realizado nesta quinta-feira (29), no Hotel Fairmont, em Copacabana, contou com a presença do prefeito Eduardo Paes e do Governador Claudio Castro. Paes comentou sobre a medida e garantiu que a nova linha trará muitos benefícios para o Rio, para além do turismo. 
"O mais importante foi a decisão técnico politica tomada pelo presidente Lula e pelo ministro Marcio França, entendendo a necessidade de coordenação desses aeroportos no Rio. Essa decisão foi tomada, agora a bola está na mão do ministro. A partir do final do ano, a gente começar a fazer esse processo. Não é uma medida mágica, ela vai levar um tempo. Nós já estamos na segunda fase, olhando possibilidades de melhorar o acesso ao Galeão. Por exemplo, hoje nós estamos publicando uma Manifestação de Interesse público (MIP) para empresas privadas explorarem o serviço de barcas da Marina da Glória, no Santos Dumont,  até o Galeão. O Galeão é um aeroporto de muita importante pro Rio, para a economia e logística, não só para o turismo", afirmou.
Santos Dumont só vai operar voos para Brasília e Congonhas
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou, no último dia 14, que o governo federal vai restringir os voos operados no Santos Dumont apenas para dois destinos: os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e o de Brasília. Com isso, o Galeão concentrará os demais voos domésticos.
A decisão foi tomada após a reunião de Paes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília. As mudanças devem entrar em vigor a partir de janeiro de 2024.
A situação dos dois aeroportos tem sido discutida há alguns meses. O governo e a prefeitura do Rio criticam o fato de que o Santos Dumont - administrado pela União através da Infraero - aumentou muito o número de voos. Isso provocou um esvaziamento do Galeão, administrado pela concessionária Changi, de Cingapura.