Troca de tiros interditou um dos acessos à Linha Vermelha nesta quinta-feira (29)Reprodução

Rio - Uma intensa troca de tiros entre policiais e criminosos assustou motoristas que passavam pela Linha Vermelha, altura da Cidade Universitária, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (29). O confronto aconteceu durante operação da Polícia Civil no Complexo da Maré, que resultou na morte do miliciano Leandro Xavier da Silva, conhecido como Playboy da Curicica.
Um vídeo gravado por uma das pessoas que estavam na ocasião mostra uma intensa troca de tiros entre policiais e suspeitos. A gravação mostra agentes e civis se protegendo na mureta da via e em carros que estavam parados no local. Após os tiros, os policiais vão em direção à uma área de mata onde os suspeitos estariam escondidos.
Segundo a Polícia Civil, as equipes foram atacadas por criminosos quando saíam do Complexo da Maré. Um blindado foi deslocado para o local e policiais militares deram apoio. Não há informações sobre presos ou feridos na ocorrência.
De acordo com o Centro de Operações Rio (COR), o acesso 10B da Linha Amarela para a Linha Vermelha, sentido Fundão, ficou interditado durante a atuação policial no local.
A operação
Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), realizaram uma operação no no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira (29). De acordo com a Polícia Civil, os agentes da especializada montaram uma operação para prender o miliciano Playboy da Curicica, mas ele reagiu e foi baleado.
Playboy chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, mas não resistiu aos ferimentos. Além dele, também morreu um comparsa que atuava como seu segurança. Os dois estavam na comunidade da Vila do Pinheiro, quando foram localizados pela ação da Draco.
Segundo a Polícia Civil, o criminoso era apontado como líder da milícia privada que atua em Curicica, na Zona Oeste. Atualmente, ele estreitava laços com a traficantes da facção criminosa que domina a localidade no Complexo da Maré onde foi encontrado.
"O Playboy da Curicica atualmente era o líder da milícia que atua no bairro de Curicica, Zona Oeste do Rio. Com a prisão do líder anterior, ele foi alçado a essa função. A importância dessa prisão hoje se dá não somente pela função que ele exercia, bem como que no início do ano, muitas guerras foram travadas pela disputa dos territórios lá dessa região do Rio. Tanto essa região de Curicica, Muzema, Rio das Pedras e Tijuquinha foram palco de intensas guerras entre facções criminosas diferentes e rivais. O Playboy era um dos responsáveis por puxar essas guerras. Por isso, essa ação foi muito importante", declarou o delegado Mauro Cezar, titular da Draco, em entrevista na tarde desta quinta-feira (29).
Segundo o delegado, a ação foi planejada para que o miliciano fosse capturado, mas ao perceber a aproximação dos agentes, ele e seu comparsa reagiram e acabaram baleados. "A polícia agiu de forma moderada utilizando os meios necessários para repelir a injusta agressão", comentou.
Cezar explicou ainda que Playboy da Curicica já era monitorado desde o início de janeiro, mesma época em que a região dominada por ele era alvo de uma série de disputas pelo comando territorial. "Conseguimos identificar que para poder proteger os territórios, que vinha sendo atacados por outra facção criminosa, os milicianos dessa região se aliaram ao Terceiro Comando Puro. Inclusive, hoje ele estava homiziado dentro de um dos bunkers dessa facção criminosa", detalhou o delegado.