Gabinete de Crise realizou primeira reunião sobre o incêndio no lixão do FischerDivulgação/Prefeitura de Teresópolis
Publicado 28/06/2023 09:02
Publicidade
Rio - O Gabinete de Crise instaurado pela Prefeitura de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, após o incêndio que atingiu o aterro sanitário do Fischer, na última segunda-feira (26), divulgou um balanço das ações realizadas pelas equipes municipais, durante reunião na noite desta terça-feira (27). A cidade chegou a ficar encoberta por uma densa fumaça e, nesta quarta-feira (28), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil ainda atuam no lixão, que fica na BR-116, no bairro da Prata. Na manhã de hoje, somente a Escola Municipal Heleno de Barros Nunes teve as aulas suspensas.
De acordo com o balanço, foram finalizados os trabalhos de construção do acesso ao foco principal do incêndio, onde já foram despejados mais de 500 caminhões de terra, e os bombeiros trabalham no resfriamento da área e do entorno, para evitar propagação do fogo. Para a operação, os militares usam três caminhões com 30 mil, 5 mil e 4 mil litros de água cada e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) disponibilizou outros quatro, com 10 mil cada. A Cedae também instalou um hidrante na entrada do Fischer para abastecimento rápido.
As equipes atuam ainda com quatro caminhões, dois tratores, duas escavadeiras, uma retroescavadeira e um caminhão-pipa. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que foram suspensas todas as licenças particulares de aterramento para destinação do material no lixão. A administração municipal destacou ainda que a coleta de lixo vai continuar regular em todo o município. A 110ª DP (Teresópolis) realiza diligências para esclarecer as causas do incêndio, que pode ter sido criminoso, segundo a prefeitura.
Atendimentos médicos e acolhimento
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até a terça-feira, o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) fez oito visitas na comunidade da Quinta Lebrão, próxima ao aterro, e outras equipes percorreram o bairro da Fonte Santa e do Fischer, atendendo 34 famílias. Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foram realizados 12 atendimentos e no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Dr. Eitel Abdallah, deram entrada 21 adultos e dez crianças. Os casos foram leves e os pacientes apresentaram sintomas de tosse seca e ressecamento de garganta. 
De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, as famílias que vivem no entorno do lixão estão recebendo apoio e, nesta quarta-feira, começa o trabalho de acolhimento dos catadores e busca ativa no Fischer. O incêndio também afetou o canil municipal, que fica ao lado do aterro, e 28 cães foram levados para abrigos temporários parceiros da prefeitura. Os animais passam bem e uma nova visita ao espaço está prevista para hoje. Às 18h, o Gabinete de Crise volta a se reunir. 

Lixão já havia sido interditado
O lixão do Fischer funcionava sem condições de receber os resíduos do município, já que estava embargado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) desde 2018. O órgão informou que interditou o local devido às condições desfavoráveis, mas o aterro funcionava sob liminar judicial. O Inea ainda ressaltou que o espaço recebe vistorias constantes realizadas por equipes no âmbito de suas competências e da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade.
A situação do local vai ser avaliada em audiência pública marcada para 20 de julho, que contará com a presença de representantes do Inea e do município, acompanhada pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Teresópolis. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), a administração municipal e o Estado estão em tratativas para que o Governo financie o transbordo dos resíduos sólidos a outro aterro sanitário fora da cidade, como medida provisória, até a que se defina uma solução definitiva para a disposição final do material.
Em nota, o município informou que, desde 2019, vem trabalhando para resolver de forma definitiva o problema do lixão do Fischer. À época, foi firmado um Acordo de Cooperação Técnica entre a prefeitura, o Governo do Estado e a BNPetro, que acabou sendo suspenso pela empresa, por conta da pandemia de covid-19. "A Prefeitura vem buscando desde então, alternativas para o transbordo do lixo, o que viabilizará o fechamento total do aterro e a implementação da solução definitiva". 
Em novembro de 2022, um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) foi publicado com objetivo de buscar projetos para a implantação de uma usina de processamento de lixo e geração de energia, garantindo assim a destinação final. O procedimento foi concluído e segue para a realização de audiências e consultas públicas, sendo finalizado através do processo licitatório, que será realizado ainda em 2023.



Publicidade
Leia mais