Aterro sanitário de Teresópolis interditado pelo Inea Divulgação

Rio - O Corpo de Bombeiros e equipes da Prefeitura de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, retomaram, nesta terça-feira (27), os trabalhos para combater os focos de incêndio que permanecem no aterro sanitário do Fischer, na BR-116, no bairro da Prata. O quartel do município, junto com a Defesa Civil e as secretarias de Meio Ambiente e Serviços Públicos voltaram a atuar no local por volta das 5h.
Na madrugada de segunda-feira (26), chamas tiveram início na mata próxima e atingiram o lixão, espalhando uma fumaça densa que encobriu a cidade. 
De acordo com um comunicado publicado pela Prefeitura de Teresópolis, um acesso está sendo construído com retroescavadeira para que as equipes possam chegar ao ponto exato do foco de incêndio, que agora é menor e produz menos fumaça. "Falta muito pouco para concluirmos esse trabalho", afirmou a administração municipal. Os agentes atuaram no combate às chamas ao longo de toda a segunda-feira e pararam à noite, por questões de segurança, seguindo as recomendações do Corpo de Bombeiros.
As investigações para apurar as causas e os responsáveis estão em andamento, "pois tudo indica tratar-se de um incêndio criminoso", segundo a prefeitura. A 110ª DP (Teresópolis) realiza diligências para esclarecer os fatos. Na manhã desta terça-feira, unidades de saúde e transporte público funcionam normalmente. As aulas continuam suspensas em 14 escolas e seis creches municipais do entorno. A Secretaria Municipal de Educação vai avaliar, nas próximas horas, sobre a retomada das atividades para o turno da tarde e o funcionamento de outras escolas da cidade.
De acordo com a pasta, na manhã desta segunda, as aulas foram suspensas em 35 escolas e 18 creches da rede municipal. Já durante a tarde, 17 escolas e cinco creches permaneceram fechadas, por conta da fumaça. Outras sete unidades de ensino da rede estadual também não funcionaram ontem, mas, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), as atividades foram retomadas nesta terça-feira. 
Ainda ontem, três pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas e um no Serviço de Pronto Atendimento Dr. Eitel Abdallah, no bairro de São Pedro, com quadro de tosse seca leve. Os pacientes fizeram nebulização e foram liberados. A Coordenadoria de Proteção e Bem-estar Animal e Controle de Zoonozes (Copbea) informou que todos os animais que vivem no canil municipal próximo ao aterro passam bem e não houve óbitos. Os mais sensíveis foram transferidos para um abrigo temporário. 
Lixão já havia sido interditado
O Lixão do Fischer funcionava sem condições de receber os resíduos do município, já que estava embargado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) desde 2018. O órgão informou que interditou o local devido às condições desfavoráveis, mas o aterro funcionava sob liminar judicial. O Inea ainda ressaltou que o espaço recebe vistorias constantes realizadas por equipes no âmbito de suas competências e da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade.
A situação do local vai ser avaliada em audiência pública marcada para 20 de julho, que contará com a presença de representantes do Inea e do município. A situação está sendo acompanhada pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Teresópolis. 
De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), a administração municipal e o Estado estão em tratativas para que o Governo financie o transbordo dos resíduos sólidos a outro aterro sanitário fora da cidade, como medida provisória, até a que se defina uma solução definitiva para a disposição final do material.
Em nota, a Prefeitura de Teresópolis disse que busca um acordo para que o transbordo seja realizado, porque não tem condições de arcar com o custo anual de quase R$ 20 milhões do serviço. Além disso, foi concluído um Procedimento de Manifestação de Interesse para a remediação do aterro sanitário, em que venceu a proposta de construção de uma usina de processamento do lixo coletado na cidade, bem como do material alocado no lixão, agregando ainda geração energética no processo. 
"Com isso, além de resolver a questão da destinação dos resíduos sólidos no município e remediar o atual Aterro, a Prefeitura obterá descontos nas contas de luz dos prédios públicos municipais. Atualmente, o procedimento encontra-se em fase de elaboração do Termo de Referência e o posterior Edital de licitação. A expectativa é que, após licitada, a usina inicie seus trabalhos num prazo entre 18 e 24 meses, encerrando definitivamente as atividades no aterro sanitário", completou a nota.