Os manifestantes se deslocaram pelo Viaduto dos Pracinhas, via de ligação entre a Avenida Francisco Bicalho e a Avenida Presidente Vargas, no CentroCet-Rio

Rio - Profissionais de educação da rede estadual realizaram um novo protesto na manhã desta terça-feira (27) no Centro do Rio. Em greve há 42 dias, os manifestantes se deslocaram pelo Viaduto dos Pracinhas, via de ligação entre a Avenida Francisco Bicalho e a Avenida Presidente Vargas, no sentido Candelária, provocando trânsito lento na região.

De acordo com o Centro de Operações Rio, uma faixa da pista precisou ser interditada. Houve reflexos no trânsito, nos acessos pelo Viaduto do Gasômetro, Ponte Rio-Niterói e Avenida Brasil. A Polícia Militar, Guarda Municipal e CET-Rio acompanharam o deslocamento.

Após a Justiça determinar na terça-feira (20) o fim da greve sob multa diária de R$ 500 mil reais para o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio (Sepe), por ampla maioria, a categoria decidiu pela continuidade da greve, em assembleia realizada no dia seguinte, na quadra da São Clemente, na Cidade Nova.

O Jurídico do Sepe também entrou com recurso contra a liminar ganha pelo governo no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), além de entrar com uma ação para impedir o corte do ponto dos grevistas, com o uso, pela Seeduc, do código de falta sem justificativa, ao invés do “código de greve”.

Nesta quarta-feira (28), haverá audiência de conciliação convocada pelo Tribunal, às 15h, com representantes do Sepe e do governo do estado. Por conta disso, o sindicato convocou vigília em frente ao TJ, ainda nesta terça-feira (27), a partir de 13h, com “sopão” ao final do dia. O ato continua na quarta-feira (28), a partir das 10h.

Na quinta-feira (29), às 14h, haverá assembleia geral para discutir os rumos do movimento, na quadra da São Clemente, na Cidade Nova.
A categoria iniciou a greve no dia 17 de maio e tem três principais reivindicações: pagamento do piso nacional do magistério, determinado pelo Governo Federal em 2008; reajuste salarial dos funcionários administrativos e revogação do Novo Ensino Médio.
O que diz a Seeduc
A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) informa que o Governo do Rio, desde agosto de 2021, já investiu quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profissionais do magistério, e também concedeu 20% de recomposição para todos os servidores nos últimos dois anos.
"A secretaria sempre pautou suas ações pelo respeito e pelo diálogo. E enaltece o compromisso da maioria dos educadores (77%) que está em sala de aula e acredita no entendimento entre os profissionais de educação e o governo", esclarece.
Com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio, a Seeduc informou que o magistrado acolheu os argumentos do Estado e apontou existência de elementos que indicam ilegalidade da paralisação. Na ação, a Procuradoria Geral do Estado destaca, entre diversos pontos, que a greve não só põe em risco o regular funcionamento dos serviços estaduais de ensino, “como impede o Estado de desincumbir-se do dever constitucional de promovê-lo”.
"Os compromissos com o ensino público, a valorização dos seus profissionais e o diálogo são e continuarão sendo prioridades. E espera que esses valores sejam os eixos norteadores para reposição do calendário escolar, assim como o caminho para o abono dos dias sem aula", finalizou em nota.