Polícia Militar apreende 46 máquinas caça-níqueis em bairros do RioDivulgação

Rio - Informações passadas pelo Disque Denúncia à Polícia Militar, no último sábado (29), resultaram na apreensão de 46 máquinas caça-níqueis em bingos clandestinos localizados nas zonas Norte, Sul e Centro, e que podem pertencer ao contraventor Bernardo Bello. O criminoso, que já foi presidente da escola de samba Vila Isabel em 2017 e 2018, é apontado como um dos chefes do jogo do bicho no Rio de Janeiro e procurado por três crimes, entre eles o de homicídio contra um advogado.

As apreensões aconteceram nos bairros do Méier, Olária, Estácio, São Cristóvão, Centro, Penha, Ilha do Governador e Copacabana, todos localizados na cidade do Rio. De acordo com a Polícia Militar, ninguém foi preso na ação.

Em 48 horas, o contraventor pode ter tido um prejuízo de 160 máquinas apreendidas. Isso porque na quinta-feira (27), outras 114 máquinas caça-níqueis já haviam sido confiscadas por policiais do 6° BPM (Tijuca) em um bingo na Praça da Bandeira, Zona Norte da cidade.

Segundo a PM, os responsáveis foram presos e 30 apostadores encaminhados para o Juizado Especial Criminal (Jecrim). O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga se existe uma possível ligação entre o local e o contraventor Bernardo Bello.

Informações sobre a localização de bingos clandestinos e jogos do bicho podem ser enviadas ao Disque Denúncia, pela Central de Atendimento (21) 2253 1177 ou 0300-253-1177; WhatsApp (21) 2253-1177 ou pelo aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
Bernardo Bello na mira do Gaeco
Na última quinta-feira (27), o bicheiro Bernardo Bello foi alvo da operação Ás de Ouros II, realizada pela Polícia Civil, com apoio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), no entanto ele não foi encontrado.

De acordo com o MPRJ, a operação foi uma continuidade da Às de Ouros I e, segundo as investigações, Bernardo Bello e seu braço financeiro, Allan Diego, este preso na última operação, determinaram a morte de Carlos Daniel Dias André, após o advogado mediar um conflito envolvendo uma empresa do ramo alimentício, cujo desfecho não agradou aos chefes do grupo.

"Os homicídios realizados por essas organizações criminosas têm essa marca de serem investigações que precisam de muito esforço e dedicação. Essa é uma ação que vem em um momento de instabilidade do submundo [do crime] e é uma resposta contundente das autoridades para a população", afirmou o promotor e chefe do Gaeco, Fábio Corrêa.

Investigações apontam que Bernardo Bello se tornou um dos chefes do jogo do bicho no Rio após romper com a mulher e com toda a família dela, a família Garcia, em uma ascensão marcada a sangue, segundo as investigações.

Bello se casou com a filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, assassinado em setembro de 2004. Com a morte do contraventor, os negócios da família Garcia seriam herdados pelo irmão dele, Alcebíades Paes Garcia, o Bid, que também foi executado em fevereiro de 2020, quando voltava do desfile de carnaval na Marquês de Sapucaí. Segundo investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), a morte teria sido motivada por uma disputa com Bernardo Bello pelo controle dos pontos da contravenção na Zona Sul do Rio.

Bernardo Bello chegou a ser preso em janeiro de 2022, na Colômbia, mas foi solto após a Justiça acolher um habeas corpus e determinar a liberdade do contraventor. A Polícia Civil do Rio e o MPRJ tentam prendê-lo desde novembro do ano passado.

De acordo com uma denúncia, oferecida pelo órgão em 10 de janeiro deste ano, a organização criminosa chefiada por Bernardo Bello tem a finalidade de perpetrar o domínio da contravenção do jogo do bicho e a exploração de máquinas caça-níquel no estado do Rio de Janeiro.

Homicídios e lavagem de dinheiro

Bernardo Bello responde pelas mortes de Alcebíades Paes Garcia, o Bid, tio da ex-mulher, e do advogado Carlos Daniel Dias André e também por lavagem de dinheiro. Contra ele constam três mandados de prisão, sendo todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Capital. Os crimes são homicídio qualificado, lavagem ou ocultação de bens e organização criminosa.

Quem tiver informações sobre a localização de Bernardo Bello, denuncie de forma anônima ao Disque Denúncia.

Central de atendimento: (021) - 2253 1177 ou 0300-253-1177
WhatsApp: (021) – 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa)
Aplicativo: Disque Denúncia RJ

O anonimato é garantido.