Publicado 27/07/2023 09:05
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizam na manhã desta quinta-feira (27), uma operação para prender o contraventor Bernardo Bello e outras cinco pessoas por envolvimento na morte do advogado Carlos Daniel Dias André. O crime aconteceu em maio do ano passado, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Até o momento, três pessoas foram presas.
Na operação Ás de Ouros II, agentes também saíram para cumprir 13 mandados de busca e apreensão, nos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, na Zona Oeste, e Olaria, Penha, Piedade e Quintino, na Zona Norte da cidade. A polícia apreendeu dinheiro em espécie e diversas armas, como pistolas, fuzis e submetralhadoras.
De acordo com o MPRJ, a operação é uma continuidade da Às de Ouros I, que identificou e prendeu os executores do crime. Segundo as investigações, Bernardo Bello e Allan Diego, apontado como seu braço financeiro, determinaram a morte de Carlos Daniel após o advogado mediar um conflito envolvendo uma empresa do ramo alimentício, cujo desfecho não agradou aos chefes do grupo.
O MPRJ informou que os outros denunciados contribuíram para o planejamento do crime e monitoramento da vítima.
De acordo com o MPRJ, a operação é uma continuidade da Às de Ouros I, que identificou e prendeu os executores do crime. Segundo as investigações, Bernardo Bello e Allan Diego, apontado como seu braço financeiro, determinaram a morte de Carlos Daniel após o advogado mediar um conflito envolvendo uma empresa do ramo alimentício, cujo desfecho não agradou aos chefes do grupo.
O MPRJ informou que os outros denunciados contribuíram para o planejamento do crime e monitoramento da vítima.
Durante a ação, Alan Diego, Marcelo Magalhães e Wallace Pereira Mendes foram presos. Alan é apontado como o braço financeiro da organização criminosa e um dos mandantes do crime. Marcelo é sócio de uma empresa usada, segundo as investigações, para lavar dinheiro e Wallace é acusado de participar do planejamento do assassinato. Bernardo Bello é considerado foragido.
"Os homicídios realizados por essas organizações criminosas tem essa marca de serem investigações que precisam de muito esforço e dedicação. Essa é uma ação que vem em um momento de instabilidade do submundo [do crime] e é uma resposta contundente da Polícia Civil para a população", afirmou o promotor e chefe do Gaeco, Fábio Correa, em entrevista coletiva.
Segundo a polícia, a vítima foi monitorada por, pelo menos, oito dias. "A gente tem que ressaltar o trabalho complexo que foi feito uma vez que esse tipo de homicídio relacionado ao jogo do bicho, é realizado de forma muito muito minuciosa. A vítima foi monitorada por pelo menos oito dias, eles alugaram um apartamento no bairro vizinho e utilizaram um GPS para acompanhar a movimentação", detalhou o delegado Pablo Valentim, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói (DHNSG).
O promotor do Ministério Público, Pedro Simão, destacou a forma que a organização criminosa atuou no dia do crime. "A vítima foi executada dentro de um carro blindado, à luz do dia, com diversos disparos e o pior, na frente do seu próprio filho, morreu nos braços do próprio filho. Isso é um trauma que afeta a dignidade humana e o papel da Polícia Civil e do MP é cessar essa sensação de impunidade desses criminosos", ressaltou.
Relembre o caso
Carlos Daniel foi morto a tiros no bairro de Piratininga. A vítima dirigia um veículo modelo Toyota SRX blindado pela Avenida Conselheiro Paulo de Melo Kalle, quando foi alvejado por dois homens em uma motocicleta. O filho do advogado estava no veículo junto com o pai, mas não sofreu ferimentos.
Dois suspeitos de matar Carlos Daniel já haviam sido presos no ano passado. Isaquiel Geovanio Fraga pilotava a motocicleta e Rodrigo Coutinho Palome da Silva, que estava no carona, desferiu os disparos.
O ex-agente foi lotado na 15ª DP (Gávea) e na extinta Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública, mas acabou sendo expulso da instituição, após ser preso em 2011, por escoltar os traficantes Anderson Rosa Mendonça, o "Coelho", chefe do tráfico no Morro de São Carlos, e Sandro Luiz de Paula Amorim, o "Peixe" da Rocinha, durante a ocupação da Polícia Militar para a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade.
Carlos saiu da prisão depois de seis anos e concluiu o curso de Direito, iniciado no período da cadeia. Criminalista, ele atuou na defesa da filha do cantor Belo, de policiais, além de acusados de ligação com o jogo do bicho.
Bernardo Bello
Em janeiro do ano passado, o ex-presidente da Unidos de Vila Isabel foi preso em Bogotá, na Colômbia. Ele é apontado como mandante do atentado que provocou a morte de Alcebíades Paes Garcia, o Bid, irmão de seu ex-sogro, em 25 de fevereiro de 2020, na Barra da Tijuca. A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um habeas corpus ao contraventor, que voltou ao Brasil para responder o processo em liberdade.
Bello foi casado com Tamara Garcia, filha do contraventor Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, ex-presidente do Salgueiro. Bello é acusado de comandar o espólio ilegal deixado por Maninho, assassinado em 2004.
Em março deste ano, o MPRJ realizou mais uma operação para prender o bicheiro Bernardo Bello. A Operação Banca da Vila visava combater a prática de crime de lavagem de dinheiro, principalmente, pelo jogo do bicho, envolvendo a Escola de Samba Vila Isabel, a qual o contraventor foi presidente. Entre os denunciados estava o ex-jogador do Flamengo, Fluminense e Botafogo Emerson Sheik.
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