Investigações sobre os assassinatos estão sendo tocadas na DHReginaldo Pimenta
Civil investiga se decapitações na Zona Oeste são 'assinaturas' do Comando Vermelho
O local é palco de confrontos entre facções rivais; três corpos já foram encontrados na mesma região
Rio - Após três corpos serem encontrados decapitados em menos de três meses na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste, as investigações da Polícia Civil apontam para a possibilidade de que estas mortes sejam uma "assinatura" da facção Comando Vermelho (CV).
A Zona Oeste do Rio viveu sob forte influência de milicianos durante anos e, recentemente, traficantes de facções rivais têm tentado invadir as comunidades da região para expandir seus domínios. A disputa entre os criminoso acontece no Anil, na Cidade de Deus, Gardênia Azul, Muzema, Itanhangá, Tirol, Rio das Pedras, Complexo da Covanca e Praça Seca.
No último domingo (30), o corpo de um homem, ainda não identificado, foi encontrado decapitado na Estrada de Jacarepaguá, no Anil. Segundo relatos nas redes sociais, o homem morava na Gardênia Azul, foi sequestrado por traficantes do CV e levado para a Cidade de Deus, que é dominada pela facção. No local, ele teria sido torturado e morto.
Já na noite desta segunda-feira (31), o corpo de um outro homem decapitado também foi achado na Estrada de Jacarepaguá, na entrada do Rio das Pedras. A vítima, que não foi identificada, estava amarrada no meio da rua.
Nas redes sociais, moradores comentaram a série de crimes na região. "Gente, que estranho. Jogam esses corpos e ninguém vê nada, ainda mais aqui, super movimentado. Está difícil viver em Jacarepaguá, virou bagunça", disse um internauta. "É muito estranho essas mortes, percebe-se que é o mesmo grupo ou a mesma pessoa", pontuou outro.
No início de maio, um corpo decapitado foi encontrado na Rua André Rocha, próximo à entrada da Comunidade Parque Dois Irmãos, em Curicica, também na Zona Oeste. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o homem aparentava ter 30 anos, mas a corporação não identificou o rapaz.
Após este episódio, os moradores de Curicica lamentaram a onda de violência. "já foi tranquilo morar aqui, mas agora todo dia é um corpo diferente", disse um homem. "Curicica parece cena de filme, todo dia corpo jogado na rua", escreveu outra pessoa.
De acordo com a Polícia Civil, todos esses casos são investigados pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Iuri Corsini
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