Rio - Uma extensa mancha de óleo apareceu no Rio Iguaçu, às margens da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense. A denúncia é do biólogo Mário Moscatelli que, durante a manhã desta sexta-feira (18), registrou de um helicóptero as imagens do dano ambiental e informou ao setor de fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e ao presidente do órgão, Philipe Campello Costa Brondi da Silva.
Extensa mancha de óleo é flagrada por biólogo no Rio Iguaçu, às margens da refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense.#ODia
Segundo o ambientalista, a grande mancha escoava em direção ao Rio Sarapuí a Baía de Guanabara, passando pelos manguezais localizados na foz do Rio Iguaçu.
"A situação não é nova e impacta diretamente não só o rio que está em condições lastimáveis como também os manguezais e a própria Baía de Guanabara. Resta saber até quando essa ação de lançamento de produtos químicos no Rio Iguaçu vai continuar", questionou o biólogo.
Moscatelli disse ao DIA que o problema é recorrente e acrescentou que o vazamento de óleo já deve ter penetrado no manguezal, no período de maré alta, já que há três semanas foram encontrados caranguejos e peixes mortos próximos da foz do rio.
Para ele, o problema causa o empobrecimento da biodiversidade já fragilizada pelo estado de degradação histórica da região.
Em nota, a Petrobras afirmou que não há nenhum vazamento de despejo de óleo pela Reduc nos corpos hídricos do seu entorno, o que inclui o Rio Iguaçu. A empresa justificou ainda que a refinaria possui duas Estações de Tratamento de Despejos Industriais (ETDI), que operam 24 horas por dia.
"Todo o efluente é tratado dentro das normas da legislação ambiental e analisado diariamente. São realizadas mensalmente cerca de 580 análises laboratoriais. A Reduc também realiza o monitoramento da qualidade da água dos rios Iguaçu e Sarapuí. Os resultados são acompanhados online pelo órgão ambiental", explicou.
A empresa reforçou que o respeita à vida e ao meio ambiente são valores fundamentais da sua atuação. "A companhia opera de acordo com todas normas e legislações ambientais vigentes e investe em ações de conservação das águas e da biodiversidade da Baía de Guanabara e seu entorno, através do Programa Petrobras Socioambiental", finalizou.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que recebeu a denúncia por volta das 12h, desta sexta-feira, e enviou uma equipe do setor de emergências ambientais do Inea para vistoria no local.
"Na identificação do responsável, o órgão ambiental estadual adotará as medidas cabíveis previstas em lei, com possibilidade de serem aplicadas multas por poluição hídrica decorrente de lançamento de resíduo oleoso", garantiu o instituto.
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