Edson Alves Viana Júnior foi preso nesta quarta-feira (16); ele é suspeito de envolvimento na morte da professora Vitória Romana GraçaReprodução

Rio - Edson Alves Viana Júnior, terceiro suspeito preso por envolvimento na morte e no sequestro da professora Vitória Romana Graça, afirmou, em depoimento realizado nesta quinta-feira (17), que um dos motivos para ajudar a irmã e a sobrinha no assassinato foi o seu interesse em receber dinheiro para comprar drogas.
O homem informou aos policiais da 35ª DP (Campo Grande), responsável pelo caso, que a extorsão contra a professora era uma maneira dele ganhar dinheiro rápido e gastar com crack, droga que ele é usuário há anos. Parte da quantia extorquida foi enviada para a sua conta. Após a morte de Vitória, Edson informou que recebeu R$ 107, que foram usados para comprar drogas.
Ainda no depoimento, o suspeito disse que participou do crime para prestar auxílio à irmã, Paula Custódio Vasconcelos, ex-sogra da vítima, que sempre o ajudou com dinheiro para comprar o crack que usava. O homem ainda contou que a irmã não estava sobre uso de entorpecentes no momento do crime.
Edson foi preso nesta quarta-feira (16). Na sua segunda declaração sobre o caso, o homem reafirmou que utilizou uma corda para enforcar a vítima por cerca de 20 ou 30 minutos. À polícia, ele confessou que eles chegaram a jogar álcool nos olhos da vítima para ver se tinha alguma reação. Assim que viram que estava morta, a colocaram em uma mala e levaram a um local para queimá-la. A corda foi queimada junto com o corpo.
O cadáver da vítima foi encontrado carbonizado na sexta-feira (11) na comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio. Seu corpo conseguiu ser identificado apenas por uma digital que não foi destruída pelo fogo. As investigações apontaram que Paula teria orquestrado o assassinato por questões financeiras já que a vítima tinha terminado o namoro com sua filha e parado de ajudá-la com despesas.
Sequestro e tortura
Em seu primeiro depoimento no dia de sua prisão, Edson confirmou que foi até a escola onde a vítima trabalhava, junto com sua irmã, na última quinta-feira (10), pois Paula não queria que o namoro da professora com a filha de 14 anos terminasse, já que ela obtinha vantagens financeiras por causa da relação.
O homem também revelou que Vitória marcou de ir na casa de Paula na noite de quinta (10) para terminar a conversa iniciada na escola. Ao chegar na casa da menor, Edson revelou que assim que a professora foi imobilizada por Paula, ele e a adolescente de 14 anos, ex-namorada da vítima. Em seguida, ela foi amarrada em uma cadeira com fita adesiva e obrigada por Paula a fazer transferências via PIX.
Quando o trio não conseguiu mais dinheiro, Paula decidiu ir até a casa da professora com a filha para pegar objetos de valor. Elas voltaram com um botijão de gás, roupas de cama, panelas e produtos de beleza. A mulher então resolveu ligar para a mãe da vítima para simular um sequestro-relâmpago. No entanto, a mãe de Vitória não conseguiu fazer a transferência exigida de R$ 2 mil. Edson revelou que mesmo se o pagamento fosse feito, a professora seria morta a pedido de Paula.
Após a tentativa de simular o sequestro, Edson disse que Paula e a filha pegaram uma corda, esticando em torno do pescoço de Vitória, e ficaram puxando uma de cada lado, fazendo uma espécie de cabo de guerra para enforcar a professora
Depois da tortura e certificarem que a vítima estava morta, eles a colocaram em uma mala e levaram a um local para queimá-la. No caminho, eles compraram gasolina em um posto e atearam fogo na mala. Com o fogo já alto, ambas saíram para tentar fazer mais saques nas contas de Vitória em um caixa eletrônico, onde conseguiram retirar mais R$ 1,2 mil.