Corpo de Vitória Romana Graça foi encontrado carbonizado na sexta-feira (11) na comunidade Cavalo do AçoReprodução

Rio - A Polícia Civil ouviu novamente, nesta quinta-feira (17), Edson Alves Viana Junior, suspeito de participação no assassinato da professora Vitória Romana Graça, de 26 anos, encontrada carbonizada na sexta-feira passada (11), na comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará, Zona Oeste. No depoimento, ele confirmou que a motivação do crime foi financeira e confessou que a corda usada para enforcar a vítima permaneceu amarrada no pescoço e que foi queimada junto com o corpo.
Edson foi preso na quarta-feira (16). Ele é irmão de Paula Custódio, ex-sogra da vítima, que está presa. Ela é acusada de cometer o crime junto com a filha, de 14 anos, apontada como ex-namorada de Vitória, que foi apreendida pelo crime de sequestro seguido de morte.
No depoimento à 35ª DP (Campo Grande), Edson reafirmou que a corda foi esticada no pescoço da vítima por cerca de 20 ou 30 minutos. À polícia, ele confessou que eles chegaram a jogar álcool nos olhos da vítima para ver se havia alguma reação. Assim que viram que estava morta, a colocaram em uma mala e levaram a um local para queimá-la.
Segundo ele, o que o motivou a participar do crime foi interesse em receber um dinheiro de forma rápida e, também, prestar auxílio à irmã pelo fato dela sempre ajudá-lo com dinheiro para comprar drogas, já que é usuário de crack há anos.
Segundo as investigações, Paula não usa drogas, mas já usou anteriormente, mas durante o planejamento e execução do crime não estava sob efeito de drogas ou álcool. De acordo com o delegado da distrital, Vilson Almeida, as motivações de Paula e da filha eram simplesmente a intenção de obter vantagem financeira rápida, pois, com Vitória decidida a pôr fim na relação, não teriam mais a ajuda.
Sequestro e tortura
Em seu primeiro depoimento, na quarta-feira (16) Edson confirmou que foi até a escola onde a vítima trabalhava com sua irmã, Paula Custódio, pois ela não queria que o namoro da professora com a filha de 14 anos terminasse, já que ela obtinha vantagens financeiras por causa da relação.
Ele também revelou que Vitória marcou de ir na casa de Paula na noite do dia 10 de agosto para terminar a conversa iniciada na escola. Ao chegar na casa da menor, Edson revelou que assim que a professora chegou foi imobilizada por Paula, ele e a menor de 14 anos. Em seguida, ela foi amarrada em uma cadeira com fita adesiva e obrigada por Paula a fazer transferências via PIX.
Quando o trio não conseguiu mais dinheiro, Paula decidiu ir até a casa da professora com a filha para pegar objetos de valor. Elas voltaram com um botijão de gás, roupas de cama, panelas e produtos de beleza.
Depois de não conseguir roubar mais dinheiro da vítima, Paula resolveu ligar para a mãe da vítima para simular um sequestro-relâmpago. No entanto, a mãe de Vitória não conseguiu fazer a transferência exigida de R$ 2 mil. Edson revelou que mesmo se o pagamento fosse feito, a professora seria morta a pedido de Paula.
Após a tentativa de simular o sequestro, Edson disse que Paula e a filha pegaram uma corda, esticando em torno do pescoço de Vitória, e ficaram puxando uma de cada lado, fazendo uma espécie de cabo de guerra para enforcar a professora
Depois da tortura e certificarem que a vítima estava morta, eles a colocaram em uma mala e levaram a um local para queimá-la. No caminho, eles compraram gasolina em um posto e atearam fogo na mala. Com o fogo já alto, ambas saíram para tentar fazer mais saques nas contas de Vitória em um caixa eletrônico, onde conseguiram retirar mais R$ 1,2 mil.
Após a morte de Vitória, Paula deixou o irmão com R$ 107, que foram usados para comprar drogas, segundo Edson.