Entre as disciplinas estão Técnicas de Patrulha, Psicologia Operativa e Segurança Preventiva, entre outrasReprodução da TV Globo
Segundo a corporação, os agentes participantes da primeira aula são os envolvidos nas mortes de Guilherme Lucas Martins Matias, no dia 6 de agosto, em uma abordagem no Morro do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul; do adolescente T.M.F, de 13 anos, morto a tiros na Cidade de Deus, Zona Oeste, no dia 8 do mesmo mês; e da menina Eloah Passos, 5, e do jovem W.E, 17, após serem baleados no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte, no último sábado (12).
Ainda de acordo com a PM, o curso possui turmas com efetivo de alunos variável e as próximas turmas terão média de 70 alunos. A carga horária é de 56 horas e contempla disciplinas como Técnicas Especiais de Patrulha, Psicologia Operativa, Segurança Preventiva, Tomada de Decisão Sobre o Uso da Força, Tecnologias de Menor Potencial Ofensivo, Atendimento Pré Hospitalar Tático dentre outras.
Vale ressaltar que o Estágio de Aplicações Táticas (EAT) não é novo, já existe e capacitou mais de 2 mil policiais militares do início de 2022 até o final deste semestre. Porém, as novas determinações indicam que os policiais que participarem de ações de abordagem que resultarem em óbito ou lesão corporal grave sejam introduzidos no treinamento compulsoriamente.
"Todo esse pacote está sendo utilizado para propiciar mais segurança ao efetivo, e consequentemente, diminuir a necessidade de reação diante dos eventuais confrontos armados proporcionados pelos criminosos", disse em nota.
A menina Eloah Santos, de 5 anos, e um adolescente de 17 morreram baleados na manhã do último sábado (12), na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.
O adolescente de 17, W. E, morreu em uma ação policial, na Rua Paranapuã, no Morro do Dendê. Segundo a PM, a morte aconteceu depois que agentes notaram dois homens em uma motocicleta e o garupa com uma pistola na cintura. Na tentativa de abordagem, W.E teria atirado contra os agentes e houve confronto, que o deixou ferido. O baleado chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Apesar disso, testemunhas contaram que quando ele teria levantado os braços, os agentes atiraram. O jovem teria completado 18 anos nesta segunda-feira (21).
A criança foi atingida dentro do seu quarto no momento em que os policiais controlavam a manifestação pela morte do adolescente. Os policiais envolvidos já prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), tiveram as armas apreendidas e o comandante do 17º BPM (Ilha do Governador) foi afastado do cargo. As câmeras corporais deles também são analisadas.
No dia 8 de agosto, T.M.F, de 13 anos, foi morto em uma ação do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) na Cidade de Deus, Zona Oeste. Na ocasião, a corporação informou que a equipe estava realizando um patrulhamento na esquina da Estrada Marechal Miguel Salazar com a Rua Geremias, quando dois homens em uma motocicleta atiraram contra os militares. Entretanto, parentes alegaram que tiveram acesso a imagens que mostrariam o momento em que um policial militar atira contra o jovem. Segundo eles, o vídeo foi registrado pela câmera de segurança de um borracheiro, que fica próximo ao local onde o menino foi morto, mas os agentes teriam conseguido apagar o momento da suposta execução.
Dois dias antes, o frentista Guilherme Lucas Martins Matias foi morto a tiros, quando voltava da comemoração de seu aniversário em um baile funk, no Morro do Santo Amaro. A versão apresentada pelos policiais é de que o carro não respeitou uma abordagem, avançou contra a equipe e que o carona estava com uma pistola. A ação deixou outras duas pessoas feridas e o motorista do veículo em que o grupo de cinco amigos estava declarou que os militares atiraram sem dar ordem de parada, quando eles entraram na contramão de uma rua da região e que não havia ninguém armado no automóvel.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.