Equipe do Batalhão de Polícia de Choque isolou a área que o jovem foi mortoReprodução / Redes sociais

Rio - Um adolescente foi morto, no fim da noite deste domingo (8), durante uma ação da Polícia Militar (PM) na Cidade de Deus, Zona Oeste da capital. Segundo a corporação, já foi instaurado um procedimento para apurar as circunstâncias do episódio. Moradores e parentes acusam a polícia de ter atirado contra o jovem.
Em nota, a PM informou que a equipe do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) estava realizando um patrulhamento na esquina da Estrada Marechal Miguel Salazar com a Rua Geremias, quando "dois homens em uma moto atiraram contra" os militares.
Em meio aos tiros, o jovem, de 13 anos, morreu no local e a área foi isolada para que a Polícia Civil realizasse a perícia. Em um vídeo obtido pelo DIA, é possível ver dezenas de moradores em volta do rapaz, que estava no chão, já baleado e ensanguentado. 
De acordo com a Polícia Militar, "a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e a corporação está colaborando com as investigações da Polícia Civil". Uma pistola calibre 9 milímetros foi apreendida na ação.
Após a morte do jovem, a Cidade de Deus amanheceu, nesta segunda-feira (7), com uma operação conjunta entre o BPChq, Batalhão de Ações com Cães (BAC), Grupamento Aeromóvel (GAM) e o Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar).
A secretária de Ambienta e Clima, Tainá de Paula, protestou contra a ação policial que vitimou o menino. "É inadmissível normalizarmos a morte de um adolescente cravejado de balas, a partir de uma desastrosa ação policial. Por que os policiais estavam sem câmeras em suas fardas?", escreveu Tainá no Twitter.
Sobre a suposta ausência das câmeras nas fardas dos policiais, a PM informou que está em fase de elaboração uma resolução, com a Secretaria de Estado de Polícia Civil, que vai regulamentar o uso das câmeras corporais pelas forças especiais. O planejamento de implantação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, segundo a corporação, "[o cronograma] será respeitado conforme determinado pela Corte".
Um levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado revela que, só neste ano, 32 adolescentes já foram baleados no Rio de Janeiro. Destes, 15 jovens morreram.