Familiares e amigos de Kathlen Romeu se reuniram para a nova audiência de julgamento do casoReprodução
Segundo Jackeline Oliveira, mãe de Kathlen, eles já estavam reunidos próximo a sala onde seria realizada a nova sessão quando foram avisados, após o horário de início, que não poderiam acompanhar.
"Eles falaram que as audiências de primeira fase agora vão ser em salas pequenas, e audiências de segunda fase ou mais avançada, nas sala maiores. Mas só avisaram isso depois das 14h, as pessoas já estavam lá só aguardando. Nos avisaram às 15h40", disse.
Para ela, a situação representou uma falta de respeito por parte dos agentes da Justiça, que fizeram com que a família aguardasse por horas até receberem algum parecer. Em seu relato, Jackeline assume ter se sentindo como um réu em julgamento.
"Uma falta de consideração, porque a gente já está ali naquela condição estressante de vítima, mas parece que nós que somos os réus, do jeito que eles fazem parece que a família que é assassina", desabafou.
Nesta segunda, as testemunhas de acusação do caso foram ouvidas. A data da próxima audiência ainda não foi divulgada.
Em protesto contra a proibição, familiares usaram as redes sociais para denunciar o impedimento e a mudança repentina para uma sala restrita sem maiores explicações.
KATHLEN ROMEU
— FAFERJ (@faferjoficial) August 7, 2023
Julgamento muda de lugar em cima da hora para sala restrita e parentes e amigos são impedidos de assistir. É absurdo como o judiciário carioca trata as famílias de vítimas fatais do Estado.
Exigimos justiça e transparência! pic.twitter.com/e5Ovlw5LCy
Ainda de acordo com Jackeline, após dois anos da morte de sua filha e da perda de seu futuro neto, foi "frustrante" não poder acompanhar o andamento do caso.
"Frustrante, pois somos os maiores interessados em justiça e fomos últimos a saber. Foi dito que seria aberta. O caso é grande e existem diversas pessoas interessadas em assistir. Principalmente amigos, familiares e solidários", disse.
A mãe de Kathlen também fez um desabafo: "Ainda que o Estado tente nos cansar, nós ainda acreditamos na justiça, pois estamos do lado da verdade e ninguém pode sustentar uma farsa por muito tempo. Os assassinos estão sempre mentindo. Já contaram diversas versões, mas só existe uma verdade: eles assassinaram minha filha e meu neto e não houve confronto! Não à toa respondem por fraude processual. Se fossem inocentes, não teriam mentido e muito menos forjado e alterado a cena do crime"
Em junho de 2021, a jovem Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos e grávida de quatro meses, foi baleada durante um confronto entre criminosos e policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio. Os policiais Militares, Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias são acusados de terem sido os responsáveis pelos disparos.
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