Agentes do MPRJ e Seop realizam uma operação de demolição no localDivulgação

Rio - O Ministério Público (MPRJ) e a Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio (Seop), realizam, nesta terça-feira (22), mais uma operação de demolição de um prédio na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo investigações, a região vem sofrendo influência do crime organizado.
A construção irregular contava com três andares, sendo o primeiro em fase alvenaria e os demais em fase de estrutura, além de um deck. O imóvel foi erguido em uma área de 250 m², sem autorização da prefeitura. O prédio, inclusive, já tinha 300 m² de área construída e sua demolição acarreta um prejuízo de cerca de R$ 1,5 milhão aos responsáveis.
Informações trocadas pelos setores de inteligência da Secretaria de Ordem Pública e do Gaeco apontam que este imóvel seria de um dos milicianos que atuam na região. Já a demolição realizada na semana passada, seria de um outro grupo de milícia que também tem foco na ilha.

Na última semana, foi realizada a demolição um prédio de quatro pavimentos, com mais de 1.000 m² de área construída, também na Ilha da Gigoia, que causou um prejuízo de aproximadamente R$ 4 milhões aos responsáveis.
"A Prefeitura do Rio não vai retroceder no combate às construções irregulares. Estamos novamente na Ilha da Gigoia, dessa vez para demolir mais um prédio ilegal, mais uma construção que coloca a vida das pessoas em risco, que atrapalha no ordenamento da cidade e mais um imóvel que é usado para lavagem de dinheiro para alimentar financeiramente o crime organizado. Vamos seguir com essa parceria com o Ministério Público para coibir esse tipo de irregularidade no Rio de Janeiro", ressalta o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
A demolição está sendo feita de forma manual, uma vez que não é possível chegar ao local com máquinas. Também participam da operação agentes do Gaeco, da Secretaria de Conservação, da Guarda Municipal, Comlurb e Light.
De acordo com o MPRJ, o proprietário da obra já havia sido notificado para paralização e não cumpriu a ordem administrativa.
"Pelas pessoas entrevistadas no local, não só a obra prosseguia, como estava sendo acelerada, sendo erguida inclusive no período noturno. No momento da diligência, porém, estava desocupada e os equipamentos haviam sido retirados do local", completa Laura Minc, promotora do Gaeco e integrante da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano.
Ao todo, desde de 2021, a Secretaria de Ordem Pública já realizou 2.795 demolições de construções irregulares por todo o município do Rio, sendo 75% dessas em áreas sob influência do crime organizado.