Traficante determinou o desligamento de todas as máquinas caça-níqueis da Gardênia AzulDivulgação

Rio - A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) investiga um suposto áudio de um homem, que se identifica como o traficante Lesk, que determina o desligamento de todas as máquinas caça-níqueis instaladas na Gardênia Azul, Zona Oeste da cidade. O principal objetivo de Philip Motta Pereira, apontado como um dos traficantes da maior facção do Rio, seria lucrar com o dinheiro da contravenção.

"Onde tiver maquininha caça-níquel no Gardênia, é para desligar tudo, manda desligar tudo. Fala que é ordem do Lesk. Tudo desligado até segunda ordem", diz trecho do áudio que circula nas redes sociais.

As investigações apontam que a intenção do traficante seria uma tentativa de fazer com que o contraventor Rogério de Andrade, que domina o jogo na Zona Oeste, passe a pagar ao tráfico um percentual do lucro obtido com as atividades na comunidade. "A gente investiga a atuação de criminosos na Gardênia e esse áudio atribuído ao ex-miliciano e atual traficante Lesk nessa questão com a contravenção também é investigado", ressaltou o delegado titular da Draco-IE, André Neves.
A Gardênia, assim como a Muzema e Rio das Pedras, também na Zona Oeste, sofreu forte influência de milicianos nos últimos anos. Após a invasão, o tráfico, comandado por Edgar Alves de Andrade, também conhecido como Doca e Urso, um dos líderes da facção atuante na Penha, na Zona Norte, teria tomado conta de comunidades dentro da Gardênia e expandido pontos de venda de drogas pela região.

Lesk, que já integrou um grupo paramilitar, é apontado como um dos responsáveis por iniciar a guerra envolvendo traficantes e milicianos pela disputa territorial em comunidades da Zona Oeste. O criminoso acabou expulso do bando por seus ex-comparsas e procurou apoio de traficantes do Comando Vermelho (CV). 
Contra ele, há três mandados de prisão em aberto. Considerado foragido, Lesk é um dos bandidos mais procurados pela polícia. O criminoso teve a prisão preventiva decretada em 2019 pelo crime de associação para o tráfico.