Ato na escadaria da Câmara Municipal foi uma das ações em memória das mortes de Marielle e AndersonPedro Ivo
Durante esta manhã, integrantes do Instituto Marielle colocaram uma faixa com os dizeres "2.000 dias sem justiça para Marielle e Anderson", rodeada de girassóis em frente ao Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no Centro.
Ao longo da semana, o Instituto vai estar em Brasília para cobrar autoridades sobre melhorias nas políticas de enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça. Nos dias 20, 21 e 22 de setembro o Instituto realizará na Uerj o seminário internacional Justiça por Marielle e Anderson, que contará com presenças como a do filósofo Achille Mbembe.
No último domingo (3), fundadores do Instituto Marielle Franco estiveram na Estátua de Marielle com uma faixa que reforçava a pergunta: "Quem mandou matar Marielle e Anderson?".
Já no sábado (2), a Anistia Internacional realizou um ato simbólico para marcar a data, que foi realizado na Praça Mauá, em frente à Superintendência da Polícia Federal, teve por objetivo reivindicar o andamento mais rápido das investigações, com imparcialidade, transparência e o esclarecimento das motivações do crime e quem foram os mandantes.
A Anistia cobra ainda que o governo federal implemente, por meio de cooperação técnica internacional, um mecanismo independente de especialistas para trabalhar no apoio à elucidação do crime.
Avanços
No início do governo Lula, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, mobilizou a Polícia Federal para atuar diretamente no caso junto com o Ministério Público do Rio (MPRJ). O motorista que dirigia o carro utilizado no assassinato, o ex-policial militar Élson Queiróz, confirmou o nome dos envolvidos no crime. Na delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro, ele confirmou sua participação, a de Ronnie Lessa e a do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa nos assassinatos de Marielle e Anderson. O ex-PM ainda indicou envolvimento de mais pessoas no crime, informação que segue em segredo de Justiça.
Para o Dino, a colaboração premiada de Élcio de Queiroz encerrou uma fase da investigação ao retirar todas as dúvidas sobre a execução do crime, abrindo a possibilidade de a polícia chegar aos mandantes do duplo assassinato.
"Há um avanço, uma espécie de mudança de patamar da investigação. A investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos para novo patamar: o da identificação dos mandantes do crime", destacou o ministro, em coletiva após a delação.
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