Demolição foi feita de forma manual, apenas com ferramentas e equipamentos portáteisFábio Costa / Secretaria Municipal de Ordem Pública

Rio - Uma mansão que seria utilizada por integrantes do tráfico de drogas da favela da Rocinha, na Zona Sul, começou a ser demolida, nesta quarta-feira (13). A operação é realizada pela Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano do Ministério Público (Gaeco/FT-OIS/MPRJ) e da Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio (Seop). O imóvel de luxo conta com uma área de aproximadamente 600 metros quadrados, sendo 100 deles de terraço descoberto, com vista privilegiada.
A obra não tinha autorização, era ilegal e colocava em risco quem fosse residir no local, além dos imóveis próximos. De acordo com o levantamento realizado pelos setores de inteligência, a mansão de luxo pertencia a uma das lideranças do tráfico de drogas da comunidade e tinha três andares e cobertura. Engenheiros da prefeitura estimam que foram investidos R$ 2,5 milhões no imóvel. A demolição é feita de forma manual, apenas com ferramentas e equipamentos portáteis, uma vez que a região não comporta a chegada de máquinas.

"Seguiremos realizando essas demolições de construções irregulares com foco na principal na preservação das vidas, recentemente nós vimos um deslizamento acontecer ali na Rocinha, mas também no ordenamento da cidade e na asfixia do crime organizado, uma vez que os setores de inteligência mapearam uma possível relação do crime organizado local com essa construção", afirmou o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
No início de agosto, a Seop já havia demolido outro imóvel de luxo na Rocinha, que recebeu um investimento estimado de R$ 1 milhão. Desde 2021, a pasta já realizou mais de 2,8 mil demolições de construções irregulares, sendo 75% em áreas que sofrem influência do crime organizado. A ação desta quarta-feira conta com apoio da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Grupamento Especializado de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar), além da Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva), Rioluz e da Guarda Municipal.