A menina foi socorrida por uma viatura PRF após ser baleada Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - A menina de 3 anos baleada durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal no Arco Metropolitano, em Seropédica, na última quinta-feira (7), segue entubada, no CTI Pediátrico do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada, e seu estado de saúde se mantém gravíssimo. De acordo com a Secretaria de Saúde da cidade, nesta quarta (13), o quadro da paciente evoluiu de hemodinâmico para  hemodinamicamente instável.

A vítima deu entrada na unidade com lesão perfurante em couro cabeludo e cervical. Em seguida, a criança foi avaliada pela cirurgiã pediátrica, neurocirurgia e pediatria, sendo encaminhada para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento.

H. S. dos S. foi baleada quando passava com a família pelo Arco Metropolitano e agentes atiraram contra o veículo em que eles estavam. O pai da menina contou que eles, a mãe da criança, a irmã de 8 anos e uma tia delas voltavam da casa dos avós, em Itaguaí, na Região Metropolitana, por volta das 20h, quando passaram por uma viatura parada em um cruzamento na entrada de Seropédica. Segundo William Silva, não houve ordem de parada, mas os agentes passaram a seguir e a ficar muito próximos ao veículo da família. Ele então decidiu dar seta para encostar o carro e, quando já estava no acostamento, quase parando, o automóvel foi alvo de mais de quatro disparos.

Na última sexta-feira (8), o agente que disparou a arma disse ao Ministério Público que realizou a ação porque ouviu tiros vindos da direção do veículo. Em depoimento, ele relatou que começou uma perseguição junto com outros dois colegas após constatar que o carro era produto de um roubo. Ele admitiu ter atirado três vezes com um fuzil calibre 556 na direção do carro onde a criança estava com a família.
Sobre a acusação de carro roubado, o pai da menina esclareceu que adquiriu o veículo há dois meses e que os documentos ainda estão no nome do antigo proprietário. Em sua defesa William ainda afirmou que o vendedor apresentou o recibo de compra e venda do veículo (CRV) durante a negociação e mostrou uma consulta da placa no sistema do Detran.
A PRF afastou os três agentes e apura as circunstâncias do caso.