Natasha permanece internada em estado graveReprodução / Redes Sociais

Rio - "Ela está irreconhecível, com o rosto completamente queimado", disse a tia de Natasha Maria Silva Gonçalves de Albuquerque, que foi torturada pelo ex-namorado de sua irmã. Segundo o boletim médico divulgado nesta sexta-feira (29), ela permanece internada em estado grave no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, conforme informado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS). Ainda segundo os familiares, a mulher teve 98% do corpo queimado.

“O médico disse que é um milagre ela ainda estar viva, pois além de ter 98% do corpo queimado, ela teve traumatismo craniano devido às marteladas que levou na cabeça”, completou o primo de Natasha.

A mulher estava com as meninas, Ana Beatriz, de 4 anos e Luiza, de 5, mortas a golpes de martelo pelo pai de uma delas na última sexta-feira (22), em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio. Após o sepultamento das meninas, os parentes se revezam para visitar a vítima no hospital e cuidar de Nayla, a irmã de Natasha, que perdeu a filha.

"Está sendo muito difícil. Cada vez que alguém da família vai à visita, ficamos impactados com o estado em que ela se encontra. Minha sobrinha já não é mais a mesma, ela está irreconhecível, com o rosto completamente queimado", contou ao DIA a tia da vítima, Ana Paula da Silva.
Neste domingo (25), a vítima foi transferida do Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, ambos localizados na Zona Oeste.
Relembre o caso:

Na ocasião do crime, Natasha havia levado sua sobrinha Luiza, de 5 anos, para ver o pai, na companhia de sua filha, Ana Beatriz, de 4, em Senador Camará, na Zona Oeste. Ao chegarem no local, David Souza Miranda amarrou a vítima e a torturou. Depois, deu marteladas nas duas meninas. Por fim, ele ateou fogo na casa e fugiu em um carro.

A mulher conseguiu se soltar e levou as crianças até o portão, quando foi socorrida por vizinhos, que acionaram a Polícia Militar.

Luiza e Natasha foram encaminhadas ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. No entanto, a menina morreu ao dar entrada na unidade. Já Ana Beatriz foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde já chegou sem vida.

De acordo com a Polícia Civil, David dirigiu do local do crime até cair com o carro na linha férrea na altura da Mangueira, na Zona Norte da cidade. Moradores da região foram ao local do acidente e viram um celular tocando no meio do mato. Uma pessoa que atendeu foi informada de que o suspeito havia acabado de matar duas crianças e então a polícia foi acionada. O homem fugiu a pé do local do acidente e foi capturado por policiais do Segurança Presente na Rua Conde de Bonfim, em frente ao Tijuca Tênis Clube, na Zona Norte.

O suspeito, pai de Luiza, estava separado da mãe há um mês. Os dois tiveram um relacionamento que durou nove anos e moraram juntos até a separação. Segundo familiares das vítimas, Davidera um homem controlador, mas não demonstrava isso para a família da mãe de Luiza. Segundo relatos, a jovem, de 23 anos, não podia ter celular, amigos e nem acesso a redes sociais. O relacionamento acabou quando a mãe de Luiza fugiu, registrou um boletim de ocorrência e conseguiu uma medida protetiva contra David por violência doméstica. Porém, ele ainda tinha o direito de ver a filha uma vez por semana.

David foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelas investigações.