Taxistas também desejam circular na pista exclusiva da Avenida Brasil, retomada no fim de semana (à esquerda)Divulgação / Prefeitura do Rio

Rio - Após o retorno da faixa seletiva apenas para ônibus nos dois sentidos da Avenida Brasil, entre os bairros Guadalupe e Caju, na Zona Norte do Rio, taxistas reivindicam a circulação dos táxis na pista exclusiva. De acordo com os profissionais, a liberação seria um benefício para o passageiro que escolhe o táxi com o intuito de diminuir o tempo de deslocamento.

Antes de ser desativada, os taxistas tinham o direito de usar a seletiva, no entanto, com as mudanças da prefeitura, eles perderam esse direito.
"Não tem porque a gente não poder usar, a gente usaria a faixa para facilitar. Com essa mudança, o taxista e a população saem prejudicados porque quando a pessoa usa o táxi no horário de rush, é para fugir do trânsito. O que a gente está pedindo não é nada além de um direito que já tínhamos", disse ao DIA, Alexandre Madureira, de 52 anos, taxista há 30 anos.

De acordo com o Art. 184 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), os motoristas de carros de passeio, vans e táxis, que invadirem a via sofrerão infração de natureza gravíssima, com multa no valor de R$ 293,47.O retorno da seletiva tem por principal objetivo reduzir o tempo de deslocamento das pessoas que utilizam transporte público coletivo. Além disso, vai dar início ao processo de adaptação da região ao futuro funcionamento da Transbrasil.
Segundo o taxista Carlos Alberto da Silva, a proibição vai prejudicar o trabalho dos profissionais, uma vez que, os usuários buscam conforto e agilidade ao optarem pelos táxis. "Com essa reinauguração, nós fomos impedidos de usá-la mesmo tendo uma lei que nos favorece. A pessoa que usa o táxi paga para ter conforto e agilidade. Quando usamos essa faixa, a gente não pega trânsito, mas agora vai atrapalhar não poder usar", disse o taxista.
Procurado, o Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio de Janeiro (STAMRJ) afirmou ser a favor da liberação da faixa para os profissionais. "O uso dessa malha viária tão importante vai dar mais celeridade para o cidadão carioca que quiser transitar com mais rapidez pela cidade. Esse decreto vai vir para prejudicar o cidadão que escolhe o táxi como transporte. A prefeitura precisa estudar uma alternativa, já que é nosso direito garantido por lei", afirmou Vagner Monteiro, diretor de comunicação do sindicato. 
Em setembro de 2019, foi sancionada uma lei, de autoria da vereadora Vera Lins (PP), que liberou a circulação dos táxis pelas faixas exclusivas da Avenida Brasil e pelos corredores dos BRTs. A lei determina que veículos poderão trafegar desde que estejam com passageiros e com o taxímetro ligado. 
De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), a seletiva é uma preparação para receber o BRT Transbrasil e os táxis não poderão utilizar a calha, assim como ocorre nos demais corredores. "Portanto, esta é uma adaptação da via para este modal que trará grandes benefícios para a mobilidade da região, com maior capacidade de passageiros no transporte público e menor tempo de deslocamento", diz trecho da nota. 
A faixa exclusiva é a mais à esquerda em cada direção com 22 km de extensão. O limite de velocidade é de 70 km/h e é fiscalizada por radar fixo e oito lombadas eletrônicas. A circulação, apesar de restrita a ônibus e micro-ônibus, é autorizada para veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito, ambulâncias, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública. Já as outras 3 pistas permanecem liberadas para todos os veículos, com limite de 80 km/h.