Hugo Mizael, de 21 anos, está desaparecido desde quinta-feira (12)Reprodução / Redes sociais
Polícia Civil investiga desaparecimento de mototaxista na Baixada
Hugo Mizael, de 21 anos, sumiu após sair para trabalhar. Testemunhas relatam que ele foi confundido por criminosos e levado para o interior da comunidade Conjunto da Marinha, em Nova Iguaçu
Rio - O Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o desaparecimento do mototaxista por aplicativo Hugo Mizael, de 21 anos. Por volta das 5h de quinta-feira (12), ele saiu de casa para trabalhar, mas precisou ir a uma borracharia na Estrada de Madureira, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Pouco horas depois, os familiares perderam contato. Segundo relatos de testemunhas, ele teria sido confundido por criminosos e levado para o interior do Conjunto da Marinha, comunidade localizada no Complexo do Grão Pará.
Hugo é funcionário da Águas do Rio, mas trabalha como mototaxista nas folgas. Ao DIA, os pais do rapaz, Mizael e Alessandra, relataram que ele estava mantendo contato com a família ao longo de toda a manhã. O pneu da moto furou e ele decidiu ir a um borracheiro próximo de onde estava. Após comprar um novo pneu, ele retornou ao estabelecimento, por volta de 9h30, mas foi cercado por criminosos.
"Até ser levado, ele estava em contato com a gente, falando comigo, com a mãe, irmão… Ele disse que estava aguardando no borracheiro, mostrou uma foto quando comprou o pneu", contou Mizael. De acordo com relatos de testemunhas, ao voltar à borracharia, Hugo foi rendido por um grupo de aproximadamente seis pessoas que estava divido em uma moto e um carro. Ele teria sido levado na moto, como garupa, sendo obrigado a ficar com a mão para o alto.
Às 10h10, a família tentou um novo contato com Hugo, mas estranhou a forma com que ele estava se comunicando. De acordo com Mizael, o filho tem costume de se comunicar a todo momento e mandar apenas áudios. Quando a mulher da vítima tentou contato com ele, nesse mesmo horário, recebeu somente 'oi' como resposta.
A preocupação da família aumentou quando perceberam que o celular do mototaxista estava desligado, o que impediria o trabalho por aplicativo. Em seguida, viram relatos nas redes sociais de que um homem com a descrição semelhante a Hugo havia sido levado por criminosos em uma borracharia na Estrada de Madureia, próximo ao Conjunto da Marinha. A última localização do celular apontou para o interior da comunidade.
"Quando deu 14h, percebemos que o telefone dele estava desligado. Mas ele estava rodando por aplicativo, então a internet precisa estar ligada. Ficamos preocupados, o tempo foi passando e a preocupação começou a aumentar. Mais tarde, surgiu uma divulgação na internet informando que um mototaxista por aplicativo havia sido sequestrado nas imediações da Estrada de Madureira e estava sendo levado para o Conjunto da Marinha. Então começamos a achar que era o Hugo", explicou o pai.
"Começamos a procurar, tentar contato, divulgar… E chegaram as falas de que era ele mesmo, que ele havia sido pego no borracheiro e ele estava justamente nesse local. O rastreio do telefone dele indica que se encontra dentro da comunidade. No momento, o corpo dele segue desaparecido", complementou.
A família registrou o desaparecimento na 56ª DP (Comendador Soares). Em nota, a Polícia Civil comunicou que a ocorrência foi encaminhada ao Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e a investigação está em andamento para localizá-lo.
Na noite desta sexta-feira (13), os amigos e familiares organizaram uma manifestação na Estrada de Madureira para chamar atenção ao caso. A Polícia Militar informou que agentes do 20°BPM (Mesquita) acompanharam o protesto e não houve intercorrências. Após o fim do ato, a via foi liberada.
Mizael contou que Hugo estava trabalhando como mototaxista com objetivo de ajudar na renda da família, já que tinha uma filha de 1 ano e 4 meses. Além disso, o rapaz também estava participando de cursos indicados pela empresa para que pudesse receber melhores salários.
"Ele é um menino que ninguém contou de alguma confusão com envolvimento dele. Ele completou os estudos, graças a Deus, era muito trabalhador. Trabalha na Águas do Rio há dois anos, nunca teve nem atraso, é um funcionário exemplar. No período da folga, sempre estava correndo atrás de aumentar a renda. Ele quer dar uma boa vida para família, está sempre correndo atrás das conquistas, conseguiu comprar um carro para passear com a família... Sempre estava distante da confusão. Enfim, era uma ótima pessoa", disse Mizael.
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