Rio - A Secretaria de Ordem Pública realiza nesta quinta-feira (19) a demolição de uma construção irregular na Estrada do Itanhangá, na Muzema, Zona Oeste, área que sofre forte influência da milícia. O imóvel foi erguido sem nenhuma licença ou autorização da prefeitura e as unidades do térreo seriam utilizadas como comércio. O responsável técnico da construção já possui passagens na delegacia por crime ambiental com resíduos sólidos e estelionato.
De acordo com os engenheiros da Prefeitura, com a estrutura feita até o momento, os responsáveis iriam construir novos pavimentos do prédio. A obra já havia sido notificada e embargada desde o início das fundações, porém, em total desrespeito à determinação de paralisação as construções foram, no entanto, aceleradas.
"Estamos mais uma vez em uma operação aqui na Muzema, uma região que, infelizmente, já sofreu com alguns desabamentos de construções irregulares e que é um dos berços da milícia. Importante destacar que chegamos na fase inicial dessa obra, impedindo que subissem ainda mais e causasse um transtorno ainda maior", explica o secretário de Ordem Pública Brenno Carnevale.
Com essa operação, a SEOP completa três mil demolições de construções irregulares desde 2021, sendo 70% delas em áreas com atuação do crime organizado. A região mais afetada com as ações é a Zona Oeste, com 54,23% das demolições, e o bairro do Recreio dos Bandeirantes é o recordista de demolições, com 420. As ações causaram um prejuízo de mais de R$ 405 milhões aos cofres dos responsáveis.
"Seguiremos atuando com o foco na preservação de vidas, no ordenamento da cidade e, no que cabe à Prefeitura, auxiliando na segurança pública, fazendo a asfixia financeira do crime organizado, uma vez que o mercado imobiliário é uma das principais fontes de renda e lavagem de dinheiro desses grupos criminosos", reforça Carnevale.
Nova ferramenta vai ajudar o cidadão a checar se a obra é regular
Até o final do ano, a Prefeitura do Rio lançará uma ferramenta que permitirá ao cidadão a consulta online e em tempo real, através do logradouro e do número do imóvel, se há licenças emitidas pelos órgãos municipais para aquele determinado imóvel.
"Estamos prestes a lançar um sistema de pesquisa rápido e simples para diminuir a quantidade de imóveis comprados sem autorização da Prefeitura. É uma forma do cidadão saber previamente se aquele imóvel é regular ou não, além de também trazer maior segurança jurídica ao mercado imobiliário", finaliza o secretário.
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