Com blusa azul, Juan Felipe Alves da Silva, um dos grampeados, chega à sede da Polícia Federal no RioReginaldo Pimenta
Caminhão com drogas chegou a ser periciado pela PF, mas policiais civis intervieram na apreensão
Operação contra agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas terminou na apreensão de R$ 65 mil em espécie e quatro carros de luxo blindados
Rio - A Polícia Federal (PF) chegou a periciar o caminhão com 16 toneladas de maconha que estava sendo 'escoltado' por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) em agosto deste ano, mas foram avisados pelos agentes, atualmente presos, da Polícia Civil que a carga já havia sido apreendida. A informação foi confirmada pelo delegado da Polícia Federal João Paulo Garrido, na tarde desta quinta-feira (19).
"Gostaria de reforçar que esse caminhão foi periciado pelos peritos da Polícia Federal, que constataram entorpecentes", disse o delegado João Paulo.
De acordo com a investigação da PF, o veículo com a droga saiu de Mato Grosso do Sul via São Paulo e entrou no Rio de Janeiro pela Rodovia Presidente Dutra. Ao entrar no estado, os agentes da DRFC interceptaram o motorista e deram ordem para que o mesmo levasse o caminhão até a Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio.
Na Cidade da Polícia, os policiais negociaram, mediante ao pagamento de propina por intermédio de um advogado, a liberação da carga e a soltura do motorista. Após o combinado, três viaturas da DRFC escoltaram o caminhão até os acessos da comunidade de Manguinhos, também na Zona Norte, onde a carga foi descarregada por criminosos. A região é controlada pelo Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do estado.
Estão presos Juan Felipe Alves da Silva, Renan Macedo Villares Guimarães, Alexandre Barbosa da Costa Amazonas e Eduardo Macedo de Carvalho; e o advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão.
Apreensão de veículos blindados e R$ 65 mil
Além dos quatro agentes presos, a Operação Drake apreendeu R$ 65 mil em espécie, sendo R$ 51 mil na casa de um policial na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, e R$ 14 mil em Saquarema, Região dos Lagos do Rio. Quatro carros de luxo blindados também foram apreendidos na ação.
Em nota, a Polícia Civil informou que "a Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) apoiou a ação para cumprimento das ordens judiciais e está instaurando Processos Administrativos Disciplinares (PADs). A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade".
O nome da ação, Operação Drake, remete ao pirata inglês Francis Drake que saqueava caravelas repletas de material roubado e se julgava isento de culpa em razão da origem dos bens.
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