Participantes discutiram inovações para o setor de turismoEduardo Uzal

Rio – Em prol da campanha Outubro Rosa, o evento Remada Rosa 2023 promoveu, neste sábado (21), pelo 7º ano consecutivo, uma remada coletiva, com praticantes de canoagem, stand-up e caiaques, com o objetivo de arrecadar fundos para o combate à doença e chamar a atenção para a prevenção do câncer de mama.
Cerca de 150 participantes, divididos em 30 barcos, largaram na Praia da Urca, na Zona Sul, e remaram até a Marina da Glória, em um percurso que durou 1h.
A tradutora Larissa Stoner, de 46 anos, participou pela segunda vez do evento. Ela pratica canoagem havaiana e conta que o esporte foi importante no enfrentamento do câncer de mama, quando foi diagnosticada: "É um exercício físico que me ajudou muito na recuperação do câncer de mama e também na prevenção de reincidência da doença. Além disso, proporciona contato com a natureza e traz integração entre as pessoas, união por um mesmo objetivo. Costumo dizer que a minha família do mar foi muito importante nesta caminhada de cura", afirma, referindo-se aos seus amigos do remo.
A ação, organizada pela remadora Raisa Mousinho, 33, acontece desde 2017 e, além de conscientizar para a prevenção do câncer de mama, também apoia mulheres que foram vítimas da doença, incluindo algumas que passaram por mastectomia (quando se retira o seio devido ao avanço do tumor): "Conheço muitas mulheres que enfrentaram o câncer e com o apoio da canoa havaiana conseguiram superar a doença. O esporte fortalece as pessoas", diz Raisa, que faz a campanha por dedicação e amor à causa e aos amigos.
Neste sábado, o evento começou com palestras educativas com mastologistas, seguido pela remada coletiva. Mulheres e homens se engajaram na campanha. Algumas canoas foram formadas exclusivamente por remadoras que fizeram mastectomia completa. A renda da venda das camisetas rosas será destinada esse ano à organização não-governamental (ONG) Espaço Unidas Pela Vida, em São Gonçalo, Região Metropolitana, que acolhe mulheres que enfrentam o câncer de mama. No local, elas recebem ajuda no enfrentamento da doença, de perucas a apoio no tratamento quimioterápico.
"O objetivo é estimular a cooperação entre pessoas, algo que o esporte, especialmente a canoa polinésia, nos ensina muito. Estamos compartilhando qualidade de vida e perspectiva de manutenção da saúde nesse encontro Remada Rosa Rio. A comunidade da canoa havaiana se reúne para arrecadar fundos que serão doados para projetos e instituições que cuidam de mulheres no enfrentamento do câncer de mama. Mais do que uma doação de verba é uma doação de afeto! É um reconhecimento e fortalecimento também entre as mulheres remadoras que estão lidando ou que já superaram o câncer de mama. Como idealizadora do evento, fico feliz de ver que a cada ano o engajamento da comunidade remadora cresce", afirma Raisa.
Quando teve a notícia de um tumor detectado em sua mama, uma das principais preocupações da médica Lygia Camara, 86, foi a remada: "A minha filha, enciumada, até comentava: ‘Minha mãe vai operar, mas não está nem preocupada. Ela só se preocupa com a remada’. Porque a remada, para mim, é um trabalho de equipe, ele me oferece não apenas o benefício físico, mas também mental. É como se fosse uma meditação, para mim, é essencial. Eu tive muita sorte, pois, após a cirurgia, quando acordei da anestesia, meus colegas já falaram: 'Lygia, vamos dar uma boa notícia: você vai poder remar'", lembra, feliz e recuperada, após 11 anos do procedimento de mastectomia. "Temos que acabar com esse preconceito de que câncer é sinônimo de morte e dor", finaliza.