Chefe de milícia que atua em Curicica, o 'Cara de Ferro' foi preso na saída de uma boateDivulgação / Polícia Civil
Publicado 25/01/2024 13:16
Rio - Cláudio César Rocha, conhecido como 'Cara de Ferro', um dos líderes da milícia de Curicica, Zona Oeste, preso nesta quarta-feira (24), já havia sido denunciado pelo Ministério Público em 2022 por extorsão, sequestro e cárcere privado, roubo majorado e crimes de tortura. Além disso, ele também é suspeito de envolvimento na morte de dois homens no Terreirão, que aconteceu em dezembro do ano passado.

Segundo investigações, Cara de Ferro substituiu o Playboy da Curicica, morto em confronto com policiais civis na Maré, passando a controlar a milícia da região.
Segundo a denúncia do MPRJ, Cara de Ferro participou de um sequestro para tentar extorquir de um homem um valor de R$ 300 mil. Os crimes ocorreram em 25 de novembro de 2021. 

A vítima só foi solta do cativeiro no dia seguinte, sob promessa de conseguir pagar um resgate de R$ 100 mil. Ela ainda foi torturada pelos criminosos e teve um iPhone e um cordão de ouro roubados pelos.

O caso foi investigado pela Delegacia Antissequestro. Na ocasião, dois criminosos foram presos e confessaram participação no crime, apontando Cara de Ferro como um dos participantes do sequestro, tortura e extorsão da vítima. Apesar da denúncia, ele não foi preso por esses crimes.
No entanto, em fevereiro de 2022, ele foi rendido por agentes da 28ª DP (Campinho) quando cortava o cabelo em uma barbearia em uma localidade conhecida como Quinze, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Na ocasião, ele foi preso e foram apreendidos uma pistola e R$ 3,6 mil em espécie.
Em relação as mortes no Terreirão, as vítimas foram identificadas como Lucas de Oliveira Silva, de 25 anos, e Caio Henrique da Silva Souza, de 30. De acordo com um das linhas de investigação da Polícia Civil, a execução estaria ligada a alguma cobrança de taxa de segurança no local.
Prisão na saída de boate
Cara de Ferro foi preso na saída de uma boate junto com seu comparsa, Anderson Ferreira de Oliveira, conhecido como Andinho. Na ação, dois seguranças dos milicianos morreram durante troca de tiros com os policiais. Eles foram identificados como Tarik Luigi Fernandes e Kendel Kelvin Nascimento. De acordo com as investigações, Cara de Ferro é apontado como o chefe do grupo e Andinho é o segundo homem na hierarquia.
De acordo com o delegado responsável pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), João Valentim, Cara de Ferro e Andinho tinham o projeto de invadir outros territórios. Por isso, segundo o delegado, a prisão esfria o clima de guerra entre facções.
"É uma prisão importante pra Polícia Civil e para a sociedade, que desarticula aquela milícia da região. Eles constituem um núcleo dessa organização criminosa, são narcomilicianos que fecham com o trafico de drogas e dominam a região da Curicica e adjacências. Eles tinham um projeto de invadir outros territórios, então a prisão deles arrefece o clima de guerra entre facções", contou o delegado João Valentim.
Com eles, foram apreendidos dois fuzis, duas pistolas, centenas de munições de fuzil e de pistolas, dezenas de carregadores, duas granadas, entre outros materiais.
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