Diogo Macruz, advogado do PM Leandro Machado, saindo da DHCPedro Ivo / Agência O Dia
Publicado 05/03/2024 16:46 | Atualizado 05/03/2024 17:34
Rio – Os advogados de Leandro Machado da Silva e Cezar Daniel Mondego de Souza, presos por serem suspeitos de participação na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, se apresentaram à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, nesta terça-feira (5). O suspeito Eduardo Sobreira Moraes segue foragido.
Segundo as investigações da DHC, Leandro teria coordenado a logística do crime e entregado o veículo que Cezar e Eduardo usaram para vigiar a vítima. No entanto, o seu advogado, Diogo Macruz, sustentou que o motivo para o aluguel do carro não era de conhecimento do seu cliente.
"A prisão do Leandro hoje não tem a ver com o processo. Ele sublocava os carros. Essa sublocação que fez com que ele viesse parar aqui, justamente porque, aparentemente, alguém que cometeu esse crime cruel utilizou-se de um desses veículos. Mas o Leandro, em si, não tem relação com o processo, com a morte do colega advogado", disse.
De acordo com Diogo, Leandro alugava carros para pessoas trabalharem. A maioria dos locatários os utilizava para serviços de aplicativo de transporte.
"É uma sublocação. Ele se aproveitou da questão de 'vou ganhar um dinheiro' e sublocava os carros que, para ele, eram alugados, mas ele não tinha um domínio do que as pessoas que alugavam esses carros poderiam fazer, e não, ele não fazia a menor ideia do que aconteceu, ele não está envolvido nesse crime", afirmou.
O advogado também discorda do inquérito policial e afirma que não há qualquer indício de relação entre o seu cliente e Vinícius Pereira Drumond, filho do falecido contraventor Luizinho Drumond, que controlava o jogo do bicho na Zona Leopoldina e teria contato constante com o dono da locadora.
"Isso não se manteve no depoimento, pois não ficou provado essa ligação do Drumond com o meu cliente. Pelo contrário, o meu cliente já falou que não sabe sequer qual é a casa, nunca nem veio aos condomínios daqui, caso o Drummond more nessa região. Ele não conhece o Drummond. Também não tem relação com o jogo do bicho. O PM é só isso: policial militar e pai de família", garante.
Cezar Daniel Mondego de Souza seria responsável pelo monitoramento da vítima. O seu advogado, Manoel de Jesus Soares, negou esta versão: "Claro que não. Nem tocou. Nem conhece nenhuma das pessoas que estão sendo mencionadas por vocês".
No entanto, Manoel confirmou que Cezar e Eduardo se conheciam: "O Eduardo é um conhecido dele. Ele não nega que o conhece. A relação deles é de caserna. Não sei. Estou deduzindo. Não perguntei isso a ele. Ele diz que conhece o Eduardo e utilizou, de fato, uma viatura de aplicativo que era conduzida pelo Eduardo, da propriedade dele, sem maiores detalhes", afirmou, dizendo que o cliente andou com o colega no entorno da Lagoa, pois estavam procurando um local para uma comemoração envolvendo colegas de farda.
Manoel afirmou que Cezar nega qualquer ligação com a contravenção ou o jogo do bicho e que, provavelmente, haverá uma audiência de custódia nesta quarta-feira (6).
Relembre o caso
O advogado Rodrigo Marinho Crespo foi morto a tiros na última segunda-feira (26), próximo ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro do Rio. A vítima teria sofrido 12 tiros por um homem que estava dentro de um carro, usando uma touca para tampar o rosto. Antes de atirar, o homem ainda chamou Rodrigo pelo nome. Segundo a DHC, a atitude demonstra, inicialmente, que o executor queria ter certeza que estava abordando o alvo certo.
Rodrigo foi enterrado no início da tarde de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
Publicidade
Leia mais