Operação policial no Complexo da Maré terminou com um policial do Bope morto e outro feridoReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 12/06/2024 20:02
Rio - A Polícia Civil já identificou as lideranças do tráfico no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, que ordenaram o ataque a dois policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Agora, as investigações seguem na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para apurar quem foram os executores do homicídio. Jorge Henrique Galdino Cruz, de 32 anos, foi morto a tiros e Rafael Wolfgramm está internado em estado grave no Hospital Federal de Bonsucesso.
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Entre as lideranças do tráfico à frente da ordem está Thiago da Silva Folly, o TH. Ele é considerado também um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro, tendo 16 mandados de prisão expedidos por homicídios, assaltos e tráfico de drogas. De acordo com as investigações da Polícia Militar, os policiais do Bope conseguiram chegar bem próximo do esconderijo usado por TH na Comunidade do Timbau, na Maré, por isso houve reação e represálias nas principais vias expressas do Rio, como as Linhas Amarela e Vermelha, e a Avenida Brasil.
Em áudios que circulam nas redes sociais é possível ouvir ordens para fechar as vias expressas e também para atirar nos policiais. "Três canas ali, vamos quebrar a casa com eles dentro. Não vai sair da casa, filha da p*", gritou um dos criminosos que participou do confronto. Em outro áudio, um bandido diz: "É para parar tudo, para a Vermelha, Amarela, Brasil... fazer arruaça, pode fazer assalto. Papo do mano 'Tcheca', lei do patrão". Por causa da ordem, um ônibus foi incendiado e uma carreta foi colocada atravessada na altura da Vila do João.
Nesta quarta-feira (12), após o enterro do policial Jorge Galdino, a porta-voz da PM, tenente-coronel Claudia Moraes, deu mais detalhes sobre a forma como os PMs foram encurralados na comunidade. Segundo ela, os policiais foram atacados por criminosos quando tentavam sair do Complexo da Maré com dois suspeitos presos. Após isso, houve um intenso confronto. 
Cincos mortos e 23 presos e um adolescente detido
Ao todo, a operação teve cinco mortes, entre eles o PM do Bope. Entre os suspeitos mortos, a polícia já identificou três: Francisco Jorge da Conceição de Freitas, de 29 anos; Cristiano Matheus de Oliveira, de 21 anos; e Wedson Ferreira Pereira, o Digdum. Em relação aos detidos pelos policiais militares durante a operação, a 21ª DP (Bonsucesso) registrou 23 prisões, sendo 17 em flagrante e outras seis por cumprimento de mandado. Além disso, um adolescente foi apreendido em flagrante.
Na operação, também foram apreendidos 11 fuzis, uma metralhadora antiaérea, cinco pistolas, uma espingarda calibre .12, seis carros roubados, duas motos e drogas. Segundo a PM, um esconderijo usado por traficantes do TCP também foi localizado no interior da comunidade. As drogas e os armamentos foram encaminhados à 21ª DP (Bonsucesso). Os veículos recuperados foram rebocados até o pátio do 22° BPM (Maré).
Mortos teriam relação com lideranças do tráfico
Dois mortos são apontados como seguranças de lideranças do tráfico de drogas na região. Francisco Jorge responderia diretamente a Zequinha, tido como gerente do tráfico na comunidade. Uma denúncia do Ministério Público do Rio contra Divo afirma que, entre julho de 2018 e abril de 2019, ele realizou depósitos que somam R$ 6 milhões para contas que teriam ligação com a facção Terceiro Comando Puro (TCP). As investigações, que partiram de três inquéritos distintos, indicam que o dinheiro era proveniente da venda de drogas e Francisco respondia por organização criminosa.
Já Wedson seria o "guarda-costas" do TH. Em 2013, Digdum foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão em regime fechado depois que foi preso em flagrante durante uma operação na mesma comunidade, no fim do ano anterior. Ele carregava dois fuzis, duas granadas e munições.
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