PM analisará imagens de câmeras da Rodoviária do Rio para reconhecer foragidos da JustiçaArquivo / Renan Areias / Agência O Dia
Publicado 24/06/2024 19:59 | Atualizado 24/06/2024 22:01
Rio - A Polícia Militar informou, nesta segunda-feira (24), que terá acesso às imagens de 45 câmeras de monitoramento da Rodoviária do Rio, localizada no Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio, nos próximos dias. As imagens geradas pelos equipamentos do terminal serão analisadas em busca de reconhecer pessoas com mandados de prisão em aberto. A iniciativa faz parte de uma ação conjunta com a concessionária Rodoviária do Rio S/A. 
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De acordo com a corporação, o conteúdo das gravações serão anexados ao Sistema de Videomonitoramento e Reconhecimento Facial da PM, propiciando que foragidos da Justiça sejam detectados em circulação pelo terminal rodoviário.
A PM também destacou que terá acesso ao material gerado de maneira contínua, através de seu Centro Integrado de Comando e Controle, propiciando o acompanhamento da movimentação da rodoviária em tempo integral.

"Estamos estendendo nossos avanços em tecnologia até uma das rodoviárias mais movimentadas do país. O aporte do governo do Estado tem nos possibilitado avançar cada vez mais com nosso Sistema de Videomonitoramento e Reconhecimento Facial. Além de localizarmos possíveis foragidos da Justiça, nós também teremos um monitoramento do espaço da rodoviária, o que nos dará uma maior celeridade diante de situações complexas, como a que tivemos em março deste ano", explicou o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes.
O episódio citado por Menezes aconteceu no dia 12 de março. Na ocasião, Paulo Sérgio Lima, de 29 anos, fez 16 pessoas reféns dentro de um ônibus da Viação Sampaio na plataforma central, por volta das 15h. Duas pessoas foram baleadas na ação, sendo um deles o petroleiro Bruno Lima Soares, de 34, que foi atingido por dois disparos: um no tórax, que perfurou coração e pulmão, e outro no abdômen.
A vítima ficou internada por dois meses e passou por três cirurgias nesses quase 60 dias, sendo a última no dia 4 de abril. O procedimento foi feito para corrigir uma abertura parcial da cicatriz da operação anterior. Bruno recebeu alta do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, no dia 3 de maio.
Paulo Sérgio só se entregou após três horas de negociação com agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Ele virou réu em março por por duas tentativas de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo em via pública. 
Investimento em tecnologia
Roberta Faria, diretora geral da Rodoviária do Rio S/A ressaltou que, além de todas as medidas já tomadas pela empresa para a segurança dos passageiros como as equipes de segurança patrimonial e a presença do Batalhão de Polícia Turística (BPtur) com um posto de atendimento no mezanino da Rodoviária do Rio, foi realizado um investimento pela concessionária em nova tecnologia para que a integração ocorresse.
"Esse foi o resultado de um trabalho integrado entre a empresa e a PM. Investimos em um novo sistema para o mapeamento de 45 das 98 câmeras de nosso circuito interno permitindo o acesso, em tempo real, de todas as imagens geradas pelo nosso CCO ao programa de reconhecimento facial da corporação", contou.
A concessionária reiterou que, enquanto empresa privada, cumpre todos os requisitos legais para a proteção dos passageiros.
Sobre a colocação de detectores de metais, conforme aponta uma lei em vigor desde 1997 que determina o uso do equipamento em terminais do Rio, a Rodoviária do Rio S/A explicou que uma decisão do Ministério Público do Rio (MPRJ) concluiu que há deficiência em relação a regulamentação da lei, sobre a obrigatoriedade da instalação dos equipamentos devido a impossibilidade jurídica da sua aplicação.
Segundo a empresa, a revista dos passageiros por parte dos seus funcionários sem estarem investidos do necessário "poder de polícia", como acontece com os vigilantes patrimoniais, violaria direitos constitucionalmente previstos.
"Além disso, a questão dos detectores é complexa no viés de sua operacionalização, visto que estamos falando de transporte terrestre que não vai de ponto a ponto, ou seja, possui paradas antes do destino final", disse em nota.
Sistema já reconheceu 200 pessoas
Implantado no Réveillon, o sistema de reconhecimento facial auxiliou a PM a prender 200 pessoas até a última quinta-feira (20). A marca foi atingida por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Providência, que detiveram um homem, no Centro do Rio, com um mandado de prisão em aberto por roubo. 
O número de 200 prisões corresponde em torno de 10% de todos os mandados de prisão cumpridos pela Polícia Militar entre janeiro e junho deste ano, em todo o território estadual.
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