Megaoperação mira 14 comunidades da Zona OesteDivulgação/Governo do Estado
Publicado 19/07/2024 09:05
Rio - Em quatro dias, a Operação Ordo, realizada na Zona Oeste do Rio, já contabiliza 74 prisões. A megaoperação, que não tem prazo para terminar, abrange 14 comunidades e mira atividades econômicas ilegais em áreas dominadas por organizações criminosas. De acordo com o governo do Estado, o objetivo é asfixiar financeiramente os grupos que exploram serviços de energia, gás, internet, entre outros.

As forças de segurança do Rio ampliaram os trabalhos da Operação Ordo para mais quatro comunidades: Covanca, Jordão, Santa Maria e Bateau Mouche, que ficam entre a Taquara e a Praça Seca, na Zona Oeste da capital. A decisão de estender o território monitorado foi baseada em informações de inteligência da Polícia Civil e resultou no fechamento de centrais clandestinas.

Na comunidade Fontela, em Vargem Pequena, a Polícia Civil fechou uma central ilegal. No local, os agentes apreenderam materiais de uso exclusivo da empresa Claro, como amplificadores e fonte. Segundo as investigações, o estabelecimento era comandado pelo tráfico de drogas. Em reunião, nesta quinta (19), os secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos, da Casa Civil, Nicola Miccione, de Governo, André Moura, e as empresas de serviços se reuniram para alinhar o prosseguimento das ações.
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Durante a ação desta quinta (19), policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) encontraram um esconderijo com mais de 2 mil munições para fuzis de diferentes calibres, 20 carregadores de armas, duas pistolas e cinco granadas. Em patrulhamento na comunidade, os agentes receberam informação, por meio do Disque Denúncia, sobre a presença de armas em uma área de mata. As cadelas Kitana e Naomi, do BAC, foram levadas ao local e indicaram onde estavam enterrados dois tonéis. O prejuízo estimado para a facção criminosa supera R$ 177 mil.
Em quatro dias de atuação, a Light inspecionou 27 alvos e encontrou irregularidades no fornecimento de energia em 20 estabelecimentos, como bar, igreja, fábrica de gelo, oficina mecânica e lojas de material de construção. Ao todo, a empresa mobilizou 30 agentes para as ações. A concessionária estima que a ação gerou, até o momento, uma recuperação de 264 MWh de energia que estava sendo furtada, o que equivale a cerca de R$ 316 mil.

Equipes da Iguá, com apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), vistoriaram 16 estabelecimentos nas localidades do Terreirão e Cidade de Deus, onde foram averiguados furtos de água e energia. Já a Naturgy recuperou 61 medidores de gás na comunidade Cidade de Deus, ao longo dos quatro dias.
Nos quatro dias da ação Ordo, mais de 600 clientes da empresa Claro foram reconectados. Já a Oi recuperou mais de 500 quilos de cobre que tinham sido furtados. A Águas do Brasil identificou 75% de perdas nas áreas de atuação.

O Governo do Estado e as concessionárias de serviços públicos divulgaram a ampliação da tarifa social concedida pelas concessionárias Iguá, Águas do Brasil, Naturgy, Light, Oi e Claro. A medida pretende tornar o preço competitivo, desestimulando a exploração ilegal dos serviços. Serão realizadas reuniões de trabalho para planejar e viabilizar a proposta, que poderá incluir a expansão de projetos sociais nas comunidades que fazem parte do cinturão da Ação Ordo.
Monitoramento no entorno das comunidades

A fiscalização de veículos irregulares nas vias de acesso às comunidades permanece, com a mobilização de agentes da Polícia Militar, do Detran-RJ, do Detro e da Guarda Municipal. Foram abordados 230 veículos, com 125 autuações. Dois veículos e 19 motos foram retirados das ruas. As abordagens ocorreram na Taquara e em dois pontos de Jacarepaguá, nas estradas Rodrigues Caldas e de Jacarepaguá. Na Cidade de Deus, o Batalhão de Choque reforçou o patrulhamento na Avenida Edgard Werneck.
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