Representantes do Governo e de concessionárias se reúnem no Centro Integrado de Comando e ControleBeatriz Perez/Agência O Dia
Ação Ordo: autoridades trabalham com concessionárias para substituir serviços ilegais por regulares na Zona Oeste
Secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, pede que população colabore com informações sobre atividades criminosas
Rio - Autoridades do governo do Estado do Rio e representantes de concessionárias de serviços que atuam na Zona Oeste da capital se reuniram na manhã desta quinta-feira (18), no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central, no âmbito da Ação Ordo. A iniciativa abrange 14 comunidades e mira atividades econômicas ilegais. Um dos objetivos é apoiar as concessionárias para que elas possam atuar nesses territórios. Neste quarto dia da ação, o total de presos ficou em 67 pessoas.
"O objetivo da ação é enxergar essas comunidades pela via econômica. Existe um vácuo de serviço, que as concessionárias acabam não conseguindo prestar, e é preenchido pelo criminoso. Em todos esses flagrantes que a Polícia Civil acabou lavrando, não existe uma pessoa física responsável, mas sim pessoas jurídicas que exploram economicamente aquela atividade. Temos o exemplo de ontem (quarta, 17), do Jordão, onde uma empresa explorava o serviço de internet e pagava R$ 80 mil para criminosos por mês", disse o secretário de Segurança, Victor do Santos.
Segundo o secretário interino da Polícia Civil, Alexandre Capote, 80% das prisões foram relativas a atividades exercidas ilegalmente que impõem serviços a populações de áreas dominadas por organizações criminosas, como empresas irregulares de internet, fábricas de gelo, fábricas de gesso, entre outras. Apenas na manhã desta quinta-feira foram sete prisões em flagrante.
O secretário de Segurança reforçou a importância da população denunciar atividades criminosas por meio do Disque-Denúncia e do 190 RJ. Ele informou que um carregamento de munições foi apreendido na manhã desta quinta-feira, na Cidade de Deus, por conta desse auxílio popular. Dois tonéis enterrados foram localizados por dois cães com mais 2,3 mil munições para fuzis de diferentes calibres, cinco granadas, duas pistolas e 20 carregadores.
"Policiais militares, através do Batalhão de Ações com Cães, encontraram grande quantidade de munições. Não é de hoje que essas informações têm dado bom resultado. Os recentes flagrantes de desvio de sinal de internet, fábricas de lança-perfume, conseguimos ter sucesso exatamente com a ajuda da população", afirmou Victor dos Santos. O secretário explicou que as ações são planejadas no dia anterior, com base nas denúncias de moradores e de informações colhidas pelos agentes.
Participaram da reunião na manhã desta quinta-feira, os secretários de Segurança Pública, da Casa Civil, Nicola Miccione, de Governo, André Moura, da Polícia Civil e da PM, coronel Marcelo Menezes. Também compareceram representantes das concessionárias Oi, Claro, Naturgy, Light, Águas do Brasil, Águas do Rio e Iguá. O objetivo foi pensar de que forma as concessionárias poderão atuar de maneira mais coordenada com as forças de segurança e com o estado para levar os serviços às comunidades do projeto.
Prejuízo de R$ 500 mil para concessionárias
O prejuízos calculado pelas concessionárias somente nos últimos quatro dias chegam a quase R$ 500 mil, informou o secretário da Casa Civil, Nicola Miccione. "[Buscamos] aumentar a presença desses serviços e a presença do estado, através de suas ações sociais, para que a sensação e a insegurança possam ser substituídas pelo estado e por serviços", explicou Miccione.
Ao longo desta semana, a Naturgy realizou mais de 100 vistorias, a Light vistoriou 18 estabelecimentos, incluindo ferros-velhos, mercearias, lojas de material de construção e mercados. A Iguá relatou vistoria em mais de 15 estabelecimentos, principalmente no Terreirão e na Cidade de Deus, onde foram averiguados furtos de água e energia. A Claro reconectou 600 clientes apenas na Cidade de Deus e restabeleceu serviços de antenas. "Quando serviços são recuperados, eles beneficiam toda a região com a modernização e reconexão de antenas, por exemplo", ressaltou o secretário da Casa Civil.
A Oi apreendeu mais de 500 kg de cobre e provedores utilizando material furtado de concessionárias de telefonia, "Essas ações também têm um efeito preventivo para novas ações criminosas", comentou. A Águas do Brasil mapeou mais de 75% dos locais com desvio de água e quase 90% de inadimplência em algumas regiões."Esse tipo de ação permite que a população passe a ter, não do dia para a noite, mas em um processo contínuo, melhores serviços. A população quer pagar por esse serviço, quer ter os serviços prestados e com a ajuda do estado vai poder, a partir de agora, mais qualidade", concluiu Miccione.
Ações sociais
Nesta quinta-feira (18), começou a ser oferecido o programa "RJ para Todos", que vai levar ações sociais para as 14 comunidades da Ação Ordo. "O Governo do Estado entende que a Segurança Pública e o Desenvolvimento Social devem andar juntos para melhorar a qualidade de vida das pessoas", afirmou o secretário de Governo, André Moura. Neste primeiro dia, o "RJ para Todos" realizou prestação de serviços e emissão de documentos no Rio das Pedras. Na sexta-feira, funcionará novamente no Rio das Pedras e na Muzema, seguindo um calendário de ação em todos os territórios.
As comunidades selecionadas para a ação foram Covanca, Jordão, Santa Maria e Bateau Mouche, que ficam entre a Taquara e a Praça Seca, na Zona Oeste da capital; Cidade de Deus, Gardênia Azul, Muzema, Tijuquinha, César Maia, Coroado, Fontela, Rio das Pedras, Sítio Pai João, Morro do Banco e Terreirão, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Itanhangá, Recreio, Vargem Grande e Vargem Pequena.
Os critérios utilizados para sua implementação são os indicadores de crimes violentos, crimes praticados com violência ou grave ameaças e existência de comunidades subjugadas por criminosos. O secretário de Segurança ressaltou que a Ação Ordo foi concebida para poder ser estendida para outras regiões do estado. Santos, no entanto, reconheceu que não é possível garantir que os serviços poderão ser prestados regularmente nos territórios. "Garantir é muito subjetivo, porque o criminoso vai sempre buscar uma oportunidade de praticar o seu crime. Eu posso dizer que o Estado está atento a isso. Quem vai demandar a ação é o criminoso aonde ele atuar e subjugar aquela comunidade para praticar crimes violentos, vai ser objeto da ação", concluiu.
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