Publicado 12/08/2024 11:20 | Atualizado 12/08/2024 14:51
Rio - Um relatório entregue pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que houve obstrução de investigação sobre a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. O documento aponta que investigadores da Polícia Civil decidiram ignorar de propósito imagens de câmeras de segurança que poderiam ter ajudado na identificação dos executores.
Os novos elementos levaram à PF a ratificar o indiciamento dos delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages e do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, o Marquinhos. O relatório complementar foi elaborado após análise de documentos e celulares apreendidos em março deste ano na operação que prendeu os irmãos Brazão.
Na nova investigação, a PF colheu novos depoimentos, entre eles, o do atual secretário de Polícia Civil, Marcus Amim. Na época do crime, Amim estava lotado na delegacia de Vicente de Carvalho. Amim revelou que procurou Rivaldo Barbosa e Giniton Lages uma semana após o crime para colaborar com as investigações. Segundo Amim, Rivaldo teria se negado a ouvi-lo e orientado que procurasse Giniton Lages, então titular da Delegacia de Homicídios da capital.
Ao Giniton, Amim afirmou que cinco criminosos poderiam ter participado da execução, entre eles, Adriano da Nóbrega, que, segundo Amim, saía do Condomínio Floresta, no Rio das Pedras, para promover execuções, e Ronnie Lessa, que saía da região do Quebra-mar ou de seu condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.
Portanto, a PF concluiu que Giniton tinha conhecimento desde o início de que Ronnie Lessa era um potencial suspeito, de modo que foram captadas as imagens do Quebra-mar e do Condomínio Floresta. Mas, segundo o relatório, os policiais não avançaram na captação de imagens na Avenida Lúcio Costa, na orla da Praia da Barra, o que, de acordo com a Polícia Federal, reforça a tese de que Giniton tinha prévio conhecimento de que Lessa saiu do Quebra-mar, mas não quis avançar na captação de imagens.
Aos investigadores, Giniton afirmou não se lembrar da conversa com Marcus Amim.
Lessa e Élcio de Queiroz foram presos em 2019 como os autores do assassinato. Os dois confessaram o crime e fecharam acordos de colaboração premiada que levaram à acusação dos mandantes.
PublicidadeOs novos elementos levaram à PF a ratificar o indiciamento dos delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages e do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, o Marquinhos. O relatório complementar foi elaborado após análise de documentos e celulares apreendidos em março deste ano na operação que prendeu os irmãos Brazão.
Na nova investigação, a PF colheu novos depoimentos, entre eles, o do atual secretário de Polícia Civil, Marcus Amim. Na época do crime, Amim estava lotado na delegacia de Vicente de Carvalho. Amim revelou que procurou Rivaldo Barbosa e Giniton Lages uma semana após o crime para colaborar com as investigações. Segundo Amim, Rivaldo teria se negado a ouvi-lo e orientado que procurasse Giniton Lages, então titular da Delegacia de Homicídios da capital.
Ao Giniton, Amim afirmou que cinco criminosos poderiam ter participado da execução, entre eles, Adriano da Nóbrega, que, segundo Amim, saía do Condomínio Floresta, no Rio das Pedras, para promover execuções, e Ronnie Lessa, que saía da região do Quebra-mar ou de seu condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.
Portanto, a PF concluiu que Giniton tinha conhecimento desde o início de que Ronnie Lessa era um potencial suspeito, de modo que foram captadas as imagens do Quebra-mar e do Condomínio Floresta. Mas, segundo o relatório, os policiais não avançaram na captação de imagens na Avenida Lúcio Costa, na orla da Praia da Barra, o que, de acordo com a Polícia Federal, reforça a tese de que Giniton tinha prévio conhecimento de que Lessa saiu do Quebra-mar, mas não quis avançar na captação de imagens.
Aos investigadores, Giniton afirmou não se lembrar da conversa com Marcus Amim.
Lessa e Élcio de Queiroz foram presos em 2019 como os autores do assassinato. Os dois confessaram o crime e fecharam acordos de colaboração premiada que levaram à acusação dos mandantes.
Acusações contra Rivaldo Barbosa
O delegado Rivaldo Barbosa foi preso no dia 24 de março após investigações da Polícia Federal apurarem seu envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorridas em março de 2018. Barbosa assumiu o cargo de chefe de Polícia Civil um dia antes das mortes. Antes, Rivaldo era coordenador da Divisão de Homicídios da corporação.
Além de tentar atrapalhar a apuração do caso, o delegado também teria planejado "meticulosamente" o crime a mando da família Brazão. A Polícia Federal apurou que, durante o planejamento, Rivaldo proibiu que o atentado fosse realizado no trajeto de chegada ou saída da Câmara dos Vereadores do Rio.
A PF ainda destacou que, antes mesmo de assumir o cargo de chefe de Polícia Civil, o delegado teria combinado com Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do crime, que também foram presos em março, a não identificação dos responsáveis pela ordem do assassinato de Marielle Franco.
Barbosa também é acusado de receber propina para obstruir as investigações sobre o crime. Rivaldo teria recebido aproximadamente R$ 400 mil para evitar que as apurações sobre os mandantes avançassem. Tal informação consta em relatório de 2019.
Rivaldo Barbosa negou envolvimento com o crime e afirmou desconhecer os irmãos Brazão em depoimento de 15 de julho à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados
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