Maurício Demétrio está preso desde junho de 2021Reginaldo Pimenta / Arquivo Agência O Dia
Publicado 04/09/2024 15:41
Rio - A Corregedoria da Polícia Civil indiciou, nesta terça-feira (3), o delegado Maurício Demétrio por forjar uma operação contra outro delegado, em março 2021. Demétrio foi notificado na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu, na Zona Oeste, onde está preso.

Titular da Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) na época, Maurício apontou o delegado Marcelo Machado como "operador de um grupo criminoso composto por outros quatro delegados", que supostamente confeccionavam roupas falsas. Machado, que estava lotado no Setor de Investigações Complexas, apurava justamente a atuação de Demétrio.

A denúncia do Ministério Público aponta que o grupo de Demétrio forjou conversas de Whatsapp se passando por interessados em adquirir camisetas fabricadas pela confecção que pertence a Marcelo Machado e seu sócio, Alfredo Dias Babylon. Os produtos encomendados foram usados para incriminar Machado na operação falsa. O Gaeco, no entanto, percebeu que a representação contra Machado foi feita e apresentada em data anterior à encomenda das camisas, antes mesmo de elas existirem.

“A operação fake foi minuciosamente planejada e teve ampla cobertura jornalística, permitindo que Demétrio, após ludibriar o MPRJ e o Judiciário, tivesse espaço nos veículos de comunicação para caluniar e desacreditar vários daqueles que se colocaram como empecilho para a atuação da organização.”, explicaram os promotores em 2021.

Maurício Demétrio foi preso em 2021, na Barra da Tijuca, durante a Operação Carta de Corso, que investigava uma organização criminosa que cobrava propina a comerciantes de produtos falsos e atuava dentro da própria Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), responsável por combater a pirataria. Em janeiro deste ano, Demétrio foi condenado a quase 10 anos de prisão por obstrução de justiça. O delegado ainda responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa e fraude processual. 
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Segundo a Polícia Civil, o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de Demétrio, que pode terminar com a sua expulsão da corporação, segue o curso previsto na legislação vigente.
A reportagem tenta localizar a defesa do delegado. O espaço está aberto para manifestação.
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