Delegado ainda terá que pagar multa no valor de R$ 367 milArquivo/Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Demétrio ainda pode recorrer da decisão, mas somente preso. Na sentença, o juiz ainda determinou a perda da função pública do delegado e demissão imediata da Polícia Civil.
Maurício Demétrio foi condenado a nove anos, sete meses e seis dias de reclusão, além de 52 dias de multa. A Justiça do Rio ainda determinou que Demétrio pague multa de R$ 367 mil e que os R$ 240 mil em espécie apreendidos durante a operação que prendeu o delegado sejam depositados em uma conta do estado.
O delegado ainda responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa e fraude processual.
Prisão
Demétrio está preso desde o dia 30 de junho de 2021, quando foi alvo da operação 'Carta de Corso', deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ).
Segundo o Ministério Público, o esquema criminoso ocorreu entre março de 2018 e março de 2021, quando Maurício Demétrio era o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). De acordo com o órgão, o delegado e outros policiais civis exigiam dos lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, o pagamento de propina de R$ 250 semanais e outras vantagens indevidas para permitir que continuassem a venda de roupas falsas. A Rua Teresa é conhecida pelo comércio popular na Região Serrana.
O esquema era dividido por dois núcleos: um agia em Petrópolis e era responsável por ameaçar diretamente os lojistas e recolher os valores cobrados. Este era formado por Alex Sandro Gonçalves Simonete, Ana Cristine de Amaral Fonseca e Rodrigo Ramalho Diniz, comerciantes na Região Serrana. No Rio, Ricardo Alves Junqueira, advogado, e Alberto Pinto Coelho também foram denunciados pelo MP.
O outro núcleo era formado pelos policiais civis, que cumpriam diligências policiais contra determinados lojistas como 'forma de represália' a quem não pagasse a propina, segundo o Gaeco, subvertendo 'a estrutura da Polícia Civil em instrumento de organização criminosa'. Celso de Freitas Guimarães Junior, Vinicius Cabral de Oliveira, Luiz Augusto Nascimento Aloise são os policiais civis denunciados, junto com o perito criminal José Alexandre Duarte e o delegado Maurício Demétrio.
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