Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, permanece internado no Hospital Quinta D'orReprodução/Redes sociais
Publicado 16/09/2024 19:14
Rio - O menino Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, que teve o braço amputado no acidente de ônibus que deixou outras 26 pessoas feridas em São Cristóvão, na Zona Norte, segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Quinta D'Or nesta segunda-feira (16). Segundo o boletim médico, ele apresenta boa evolução clínica, está consciente e orientado. Não há previsão de alta.
Publicidade
A vítima saiu do coma e começou a respirar sem aparelhos na última quarta-feira (11). Ao DIA, na última semana, a mãe da criança, Aparecida Guimarães, 47, revelou que a sensação é de alegria após mais uma etapa vencida no processo de recuperação.
"A recuperação dele vai ser devagar porque foram muitos medicamentos fortes, então ele não está falando direito, mas ele está ótimo. Eu só tenho que agradecer esse hospital, essas pessoas e as orações. Eu estou muito feliz! Eu já não tenho nem mais o que falar de tanta felicidade que eu estou, só tenho que agradecer", disse.
Davi teve o braço reimplantado no mesmo dia do acidente. A cirurgia, considerada um sucesso pela equipe médica do Hospital Quinta D'Or, também em São Cristóvão, teve como principal desafio reconstituir os vasos sanguíneos. Ao DIA, o cirurgião plástico Rudolf Nunes Köbig, que reimplantou o braço do menino, explicou que o curto espaço de tempo entre a perda do membro e o reimplante contribuiu para o bom procedimento.
"Realizamos a cirurgia a tempo, visto que o membro destacado do corpo rapidamente se deteriora. Conseguimos realizar o procedimento graças às pessoas que socorreram o Davi e acondicionaram a parte amputada de pronto, e também ao Hospital Quinta D'Or que já estava organizado e preparado para socorrer a vítima", ressaltou o profissional.
Segundo Köbig, a criança deve passar por uma nova cirurgia para restabelecimento da flexão do cotovelo em breve. De acordo com o cirurgião, a mobilização do ombro de Davi está normal, mas a recuperação do movimento da mão pode levar aproximadamente um ano.
"Para restabelecimento da flexão do cotovelo será necessário novo procedimento, que deve ser realizado brevemente. Para a recuperação do movimento da mão e da função à longo prazo, o período é maior, de aproximadamente um ano, mas podendo variar dependendo da regeneração nervosa do paciente", explicou.
O responsável pelo rápido socorro e recuperação do membro arrancado foi o mototaxista Diego Mendes, que passava pelo local no momento do acidente. Chamado de 'anjo' por Aparecida Guimarães, o rapaz levou mãe e filho até o hospital mais próximo e depois retornou ao ônibus para buscar os pertences da família. Foi neste momento que ele encontrou o braço da criança, que havia sido colocado em uma mochila de entregas, com gelo, por equipes do Corpo de Bombeiros. Diego ganhou homenagem na Câmara dos Vereadores na última quinta-feira (12).
Polícia investiga acidente
O ônibus, que fazia a linha 476 (Méier - Leblon), tombou nas imediações do Campo de São Cristóvão, altura da Rua Senador Alencar, na Zona Norte, na noite do dia 6 de setembro. Segundo passageiros, o motorista estava em alta velocidade. Outras 26 pessoas ficaram feridas no acidente.
Até a última quarta-feira (11), quatro vítimas do acidente permaneciam internadas em hospitais da rede municipal, sendo um paciente em estado grave e os demais apresentam quadro de saúde estável. O DIA pediu uma atualização no boletim das vítimas para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas ainda não teve retorno.
O caso está sendo investigado pela 17ª DP (São Cristóvão). A perícia foi realizada no local e testemunhas foram ouvidas. Os agentes seguem realizando diligências para esclarecer os fatos.
Leia mais