Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, permanece internado no Hospital Quinta D'orReprodução/Redes sociais
Menino que teve braço reimplantado vai passar por novo procedimento para flexão do cotovelo
Cirurgião que fez o reimplante do membro de Davi Geovane disse que a recuperação do movimento da mão pode levar aproximadamente um ano
Rio - O pequeno Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, terá que passar por um novo procedimento para restabelecimento da flexão do cotovelo. Ao DIA, o cirurgião plástico Rudolf Nunes Köbig, que reimplantou o braço do menino, contou que este procedimento deverá ser realizado em breve. Davi teve o braço arrancado durante um acidente de ônibus em São Cristóvão, na Zona Norte, na noite do último dia 6.
Ainda segundo o médico, a mobilização do ombro de Davi está normal, mas a recuperação do movimento da mão pode levar aproximadamente um ano. "Para restabelecimento da flexão do cotovelo será necessário novo procedimento, que deve ser realizado brevemente. Para a recuperação do movimento da mão e da função à longo prazo, o período é maior, de aproximadamente um ano, mas podendo variar dependendo da regeneração nervosa do paciente", explica Köbig.
A primeira cirurgia, considerada um sucesso pela equipe médica do Hospital Quinta D'Or, teve como principal desafio reconstituir os vasos sanguíneos. O que contribuiu para um bom resultado foi o curto espaço de tempo entre a perda do membro e o reimplante. "Realizamos a cirurgia a tempo, visto que o membro destacado do corpo rapidamente se deteriora. Conseguimos realizar o procedimento graças às pessoas que socorreram o Davi e acondicionaram a parte amputada de pronto, e também ao Hospital Quinta D'Or que já estava organizado e preparado para socorrer a vítima", ressalta o profissional.
O responsável pelo rápido socorro e recuperação do membro arrancado foi o mototaxista Diego Mendes, que passava pelo local no momento do acidente. Chamado de 'anjo' por Aparecida Guimarães, 47, mãe de Davi, o rapaz levou mãe e filho até o hospital mais próximo e depois retornou ao ônibus para buscar os pertences da família. Foi neste momento que ele encontrou o braço da criança, que havia sido colocado em uma mochila de entregas, com gelo, por equipes do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o boletim médico divulgado nesta terça-feira (10), Davi segue internado na UTI pediátrica do hospital, estável e sedado. Ele também recebe suporte de ventilação mecânica. Ainda sem previsão de alta.
Família pede doação de sangue
Familiares de Davi iniciaram uma campanha nas redes sociais, nesta terça-feira (10), pedindo doações de sangue. O menino permanece internado no Hospital Quinta D'or e está sedado. No Instagram, uma página foi criada por parentes para compartilhar atualizações sobre o estado de saúde da criança. "Estou melhorando, evoluindo em breve vocês irão me ver com esse sorrisão lindo que Deus me deu", publicou uma tia.
Segundo a família, a doação pode ser de qualquer tipo sanguíneo. Os endereços disponíveis são: Banco de Sangue Serum - Unidade Centro (Avenida Marechal Floriano, 99); Unidade Barra (Avenida Ayrton enna, 2.150 - Barra da Tijuca); Hospital da Posse Nova Iguaçu (Avenida Henrique Duque Estrada Meyer - Posse); e Banco de Sangue Santa Teresa (Rua Doutor Paulo Hervê 1.130). Os horários de atendimento são de 7h as 18h.
Polícia investiga acidente
O ônibus, que fazia a linha 476 (Méier - Leblon), tombou nas imediações do Campo de São Cristóvão, altura da Rua Senador Alencar, na Zona Norte, na noite de sexta-feira (6). Segundo passageiros, o motorista estava em alta velocidade. Outras 26 pessoas ficaram feridas no acidente.
Em nota enviada nesta terça-feira (10), a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) disse que quatro vítimas do acidente permanecem internadas em hospitais da rede municipal. Um paciente está em estado grave, porém estável, e os demais apresentam quadro de saúde estável. Por Davi não ter sido socorrido para um hospital da rede municipal, o nome dele não consta no boletim da SMS.
O caso está sendo investigado pela 17ª DP (São Cristóvão). A perícia foi realizada no local e testemunhas foram ouvidas.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.