Complexo da Penha viveu momento de terror na terça-feira com tiroteio e barricadas incendiadasReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 04/12/2024 12:07
Rio - Escolas municipais do Complexo da Penha, na Zona Norte, ainda sofrem com impactos, nesta quarta-feira (4), após os momentos de tensão em uma ação policial para prender traficantes na comunidade. Em mais uma etapa da Operação Torniquete, policiais civis e militares trocaram tiros com criminosos na manhã de terça (4) e o confronto provocou a morte de um suspeito, deixou seis pessoas feridas e prendeu 13 criminosos. A violência também atingiu as regiões do Quitungo e Cordovil, onde ônibus foram incendiados e um PM de folga assassinado por bandidos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), na manhã desta quarta-feira, seis escolas da rede no Complexo da Penha tiveram o funcionamento impactado, por conta de mudanças nas rotinas, como atendimento remoto aos alunos e início ou fim das aulas alterado. Na região do Quitungo e Cordovil, as unidades escolares atendem presencialmente. Por conta do tiroteio de ontem, 16 escolas municipais foram afetadas e uma da rede estadual também precisou ser fechada, mas funciona normalmente hoje, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc).

Ao longo do dia, moradores foram retomando a rotina, com as unidades de saúde da região funcionando, bem como os ônibus circulando normalmente. Na terça-feira, sete linhas municipais precisaram fazer desvios nos itinerários e três serviços do BRT TransCarioca foram suspensos. Duas Clínicas da Família também chegaram a ficar fechadas e outra suspendeu as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares.
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O intenso confronto na comunidade deixou seis pessoas feridas, entre elas, Agatha Alves de Souza, de 22 anos. A jovem aparece em um vídeo que circulou nas redes sociais, sentada no chão, atrás de uma kombi, enquanto um homem grita que ela foi baleada, na Rua do Valão, na Vila Cruzeiro. A vítima foi socorrida para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e permanece internada em estado grave, nesta quarta-feira, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Também foram levados para a unidade Tamires Silva Soares, Manuel Rodrigues de Sousa, Felipe Barcelos de Santana, Davyson Aquino da Silva e outro ferido não identificado, que já tiveram alta. Além dos feridos, um criminoso morreu em confronto durante flagrante de roubo de carga e morreu no hospital. A ação terminou com 13 presos, entre eles um foragido de Minas Gerais, e com as apreensões de uma tonelada de drogas, peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares, anotações do tráfico e 23 veículos roubados. Os agentes ainda estouraram um call center do crime, dois locais de refino de droga e uma loja de um receptador ligado a liderança do tráfico.
Procurada, a Polícia Militar ainda não informou se o policiamento está reforçado na região.

Violência na Zona Norte tem ônibus incendiados e PM morto

Também ontem, criminosos sequestraram e atearam fogo em dois ônibus, na Praça Treze de Junho, em Cordovil, na Zona Norte. Informações preliminares dão conta de que o ato seria uma represália de bandidos do  Comando Vermelho (CV), após a operação no Complexo da Penha, onde a facção também atua. A praça fica próxima às comunidades do Dourado, Tinta e Quitungo, que estão em constante guerra com as favelas de Parada de Lucas, Cidade Alta, Pica-pau e Cinco Bocas, todas parte do Complexo de Israel, que é dominado pela facção rival Terceiro Comando Puro (TCP).
Já em um dos acessos à comunidade do Quitungo, o policial militar Marco Antônio Matheus Maia, de 37 anos, foi morto a tiros de fuzil, dentro de um carro, na Rua Oricá. O militar estava na corporação há 13 anos e era lotado no 41º BPM (Irajá). Ele estava de folga e não fazia parte da ação no Complexo da Penha. A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada e investiga o caso.
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