Publicado 09/12/2024 07:18
Rio - As Polícias Civil e Militar realizaram, nesta segunda-feira (9), mais uma etapa da Operação Torniquete, contra uma quadrilha de roubos de cargas e veículos, no Complexo da Maré, na Zona Norte. Desde o início da manhã, moradores relataram tiroteio em diversas comunidades. Por conta do confronto, as principais vias expressas do Rio ficaram interditadas. Três pessoas morreram e outras 13 foram presas.
PublicidadeEntre os mortos está Alessa Brasil Vitorino, de 30 anos. Ela foi atingida por uma bala perdida na altura da Vila do João. Também foram apreendidos seis fuzis, uma granada, duas pistolas, 16 carregadores de fuzil, munições, além de drogas.
Relatos de moradores afirmam que houve confronto em várias comunidades e vídeos que circulam nas redes sociais também mostram um helicóptero sobrevoando a região. Confira abaixo. Segundo a PM, equipes atuaram na Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Nova Holanda, Parque União, Vila do João e Vila Pinheiros. A Polícia Civil informou que recuperou veículos roubados.
Por conta da operação, a Linha Amarela, a Linha Vermelha e a Avenida Brasil chegaram a ser fechadas. Segundo relatos, houve troca de tiros na altura da Vila do João, no momento que criminosos estariam tentando fugir da comunidade. A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que na região do Complexo da Maré, 42 unidades escolares foram impactadas. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), duas escolas da rede estadual precisaram ser fechadas.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), as Clínicas da Família (CF) Augusto Boal, Adib Jatene, Jeremias Moraes da Silva e o Centro Municipal de Saúde Vila do João anunciaram o protocolo de acesso mais seguro e interromperam o funcionamento. Já a CF Diniz Batista dos Santos mantém o atendimento à população, mas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.
Roubos de cargas e veículos financiam facção
A ação pretendia cumprir mandados de prisão contra investigados de integrarem o Comando Vermelho (CV). As Delegacias de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) descobriram que traficantes, liderados por Rodrigo da Silva Caetano, o Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga, são responsáveis por, entre outros crimes, arquitetar e gerenciar quadrilha de roubos de veículos e cargas para financiar a "caixinha" do CV, para compra de armamento, munição e o pagamento de uma "mesada" aos parentes de presos faccionados, bem como das lideranças da facção.
As investigações apontam que, após receberem determinação da liderança do Complexo da Penha, também na Zona Norte, principalmente do traficante Edgar Alves Andrade, o Doca, traficantes da Maré montam o apoio logístico para a quadrilha praticar os crimes em diversos bairros do Rio e Região Metropolitana. A ação é baseada em dados de investigação e de inteligência das especializadas e de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), analisados junto com informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE).
As investigações revelaram ainda que, no interior das comunidades, há atividades criminosas relacionadas aos roubos de veículos e cargas, como o armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e prática de outros crimes; e cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX.
A operação desta segunda-feira tem apoio de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Capital (DGPC), da Baixada (DGPB), do Interior (DGPI), além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e da SSINTE. Já a PM atua com equipes do Comando de Operações Especiais (COE), Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e do 22° BPM (Maré).
As investigações apontam que, após receberem determinação da liderança do Complexo da Penha, também na Zona Norte, principalmente do traficante Edgar Alves Andrade, o Doca, traficantes da Maré montam o apoio logístico para a quadrilha praticar os crimes em diversos bairros do Rio e Região Metropolitana. A ação é baseada em dados de investigação e de inteligência das especializadas e de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), analisados junto com informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE).
As investigações revelaram ainda que, no interior das comunidades, há atividades criminosas relacionadas aos roubos de veículos e cargas, como o armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e prática de outros crimes; e cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX.
A operação desta segunda-feira tem apoio de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Capital (DGPC), da Baixada (DGPB), do Interior (DGPI), além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e da SSINTE. Já a PM atua com equipes do Comando de Operações Especiais (COE), Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e do 22° BPM (Maré).
'Primeira de muitas'
Na última terça-feira (3), policiais civis e militares já haviam realizado uma fase da Operação Torniquete no Complexo da Penha, contra traficantes do Comando Vermelho responsáveis por ordenar roubos de cargas e veículos, bem como disputas contra criminosos rivais, em busca de expandir o controle de territórios. Um dos principais alvos era Doca, considerado membro do "alto escalão" da facção e um dos bandidos mais procurados do Rio, que segue foragido com 24 mandados de prisão.
A operação da última semana deixou um suspeito morto, seis pessoas feridas, 13 presos e 23 veículos roubados recuperados. Os agentes estouraram um call center do crime, dois locais de refino de droga e uma loja de um receptador ligado a liderança do tráfico, além de terem apreendido mais de uma tonelada de drogas, peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares e anotações do tráfico.
Em uma coletiva de imprensa na ocasião, o secretário de Estado de Segurança, Victor Santos, afirmou que a operação no Complexo da Penha foi a primeira de muitas incursões que acontecerão em áreas controladas por organizações criminosas, para impedir que traficantes e milicianos atuem como "agências reguladoras" de crimes contra o patrimônio no Rio.
Na última terça-feira (3), policiais civis e militares já haviam realizado uma fase da Operação Torniquete no Complexo da Penha, contra traficantes do Comando Vermelho responsáveis por ordenar roubos de cargas e veículos, bem como disputas contra criminosos rivais, em busca de expandir o controle de territórios. Um dos principais alvos era Doca, considerado membro do "alto escalão" da facção e um dos bandidos mais procurados do Rio, que segue foragido com 24 mandados de prisão.
A operação da última semana deixou um suspeito morto, seis pessoas feridas, 13 presos e 23 veículos roubados recuperados. Os agentes estouraram um call center do crime, dois locais de refino de droga e uma loja de um receptador ligado a liderança do tráfico, além de terem apreendido mais de uma tonelada de drogas, peças de fuzis desmontados, carregadores, roupas táticas, celulares e anotações do tráfico.
Em uma coletiva de imprensa na ocasião, o secretário de Estado de Segurança, Victor Santos, afirmou que a operação no Complexo da Penha foi a primeira de muitas incursões que acontecerão em áreas controladas por organizações criminosas, para impedir que traficantes e milicianos atuem como "agências reguladoras" de crimes contra o patrimônio no Rio.
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