O enterro de Camilla Viana Fernandes ocorreu nesta quarta-feira (2) no Cemitério São Miguel, em São GonçaloReginaldo Pimenta/Agência O DIA
"Ela era uma mãe solo e nunca abriu mão dos filhos. Mesmo com as dificuldades, corria atrás e batalhava para poder alimentar os filhos, para dar uma educação digna para eles. Está rolando fake news de que ela era envolvida com o tráfico, sendo que é tudo mentira. Ela sempre fez o máximo, o possível e o impossível para dar o melhor para os filhos dela", ressaltou.
Camilla foi atingida na cabeça enquanto voltava do hospital após levar o filho de 15 anos para receber atendimento. O menino teria sido atingido na cabeça por um pedaço de madeira enquanto trabalhava.
Lohanne, que é técnica de enfermagem, disse que foi até o local e socorreu a sobrinha. A menina ficou internada em observação no Hospital Infantil de São Gonçalo e recebeu alta na manhã seguinte. O caso aconteceu pouco antes das 23h.
O mais velho dos filhos de Camilla tem apenas 17 anos. "Estão todos desolados com a morte da mãe. A gente ainda não sabe como vão ficar as crianças. A gente vai começar a resolver quem vai ficar com eles, porque não queremos deixar as crianças em um abrigo, já que eles não têm a figura paterna. Ainda estamos resolvendo essa questão, mas assim, eles perderam uma mãe, a Camilla era quem cuidava de tudo na vida deles", lamentou.
Lohanne também descreveu a irmã como uma pessoa alegre, divertida e que sempre fazia tudo pelos filhos. "Conhecida por todo mundo, ela rodava aquele Apollo todo com muito carisma, mesmo com tanta dificuldade, ela era muito feliz, ria e brincava. Ela procurava o que dar para os filhos, o que tinha pra fazer para poder arrumar um dinheirinho, para ajudar a comprar a fraldinha da filha dela, o leite, tudo ela fazia. Se você vê a neném, até lá no hospital as meninas da enfermagem falaram: Nossa, ela é bem cuidada. Tão gordinha, bem tratada, as roupinhas todas limpinhas, as vacinas todas completas", contou.
Quem também demonstrou preocupação com as crianças foi a advogada Vilma Cristina Melo, 57 anos, que foi casada há mais de 15 anos com o avô das irmãs.
"Estamos todos abalados, até pela morte de uma menina tão jovem, pela violência que tem sido constante ali naquele local e pela forma que o estado vem agindo. A gente vive em total insegurança, a gente não sabe se vai sair de casa e vai voltar. Estamos entristecidos e de certa forma revoltados porque daqui há poucos dias isso tudo vai está esquecido e a Camilla só vai fazer parte de uma estatística. No entanto, o familiar sabe o prejuízo que é, porque vão ficar seis menores de idade sem uma mãe", lamentou.
Vilma atualmente mora em São Luís, no Maranhão, e viajou apenas para prestar apoio à família. Ela reforçou que Camilla chegou a ter sete filhos, mas uma morreu ainda bebê por causas naturais.
"Ela se virava, nossa maior preocupação não é só pela perda de uma vida, mas como essas crianças ficarão. A Camilla mesmo com suas dificuldades dava toda assistência para aquelas crianças. Ela era uma menina tranquila, apesar das dificuldades financeiras, chegou a ter 7 filhos, mas nunca se desfez de nenhum. Eu vim aqui pra fazer o que for necessário até em memória dela e do avô, que também já está no céu", disse.















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