O advogado Luís Maurício entrou no imóvel trajando terno, luvas e uma máscara realista de siliconeReprodução/Vídeo
Justiça decreta prisão de empresário apontado como mentor de ‘furto cinematográfico’
Candidato a vice-prefeito de Niterói em 2020, Alexandre Ceotto André teria uma relação de amizade com a vítima
Rio - A 4ª Vara Criminal de Niterói, na Região Metropolitana, determinou, nesta terça-feira (13), a expedição de mandado de prisão por furto qualificado contra Alexandre Ceotto André, de 50 anos. O empresário - que foi candidato a vice-prefeito de Niterói em 2020 - é apontado como mentor de um "furto cinematográfico", como classificou a Polícia Civil, que investiga o caso.
De acordo com investigações da 76ª DP (Niterói) - que realizou uma operação contra Ceotto nesta terça-feira (13), para cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele, em Icaraí e Itaipu -, em 7 de fevereiro, o empresário mandou o advogado criminalista Luís Maurício Martins Gualda, de 47, invadir o apart-hotel da vítima, no bairro Gragoatá. Ele furtou 14 relógios de luxo, avaliados em quase R$ 90 mil, e os colocou em uma mochila.
Imagens do circuito interno de segurança flagraram Luís – trajando terno e luvas, além de uma máscara realista de silicone que o fazia parecer calvo e dificultava seu reconhecimento – no momento da chegada ao endereço a bordo de um táxi. Ele consegue subir ao andar do apartamento pelos acessos de uso exclusivo de funcionários.
Após arrombar a porta, o advogado fica cerca de 15 minutos no imóvel, entrando e saindo sem ser notado pelo sistema de segurança. Segundo a Polícia Civil, ele deixou o hotel a pé, caminhou cerca de 300 metros e entrou no próprio carro, que havia estacionado próximo ao local horas antes, para fugir.
Na terça-feira da semana passada (6), policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado e no seu escritório. A corporação informou que, no dia seguinte, Luís compareceu à delegacia e confessou o furto, apontando Alexandre como mandante do crime.
Luís contou que Alexandre mantinha relação de amizade com a vítima, o que o permitiu frequentar o apart-hotel e conhecer bem o local, e desconfiava que lá havia cerca de 1 milhão de dólares. Ele sabia também da rotina do dono e que ele estava viajando no dia da invasão. O dinheiro do furto seria repartido entre ambos.
Após o decreto de prisão, a polícia procura por Alexandre Ceotto, que já é considerado foragido. A pena pode chegar a 12 anos de prisão. Quanto a Luís Maurício, o delegado Luiz Henrique Marques, titular da 76ª DP, explicou que as investigações se encerraram e que o caso já está com a Justiça, que ainda não expediu mandado. A reportagem de O DIA tenta contato com os dois.
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