Fuzis apreendidos após operação policial na comunidade da MuzemaDivulgação/PMERJ

Rio - Um levantamento da Polícia Militar apontou que, em 2024, 604 dos 638 fuzis apreendidos pela corporação foram fabricados fora do Brasil. O número representa 94,7% das armas recolhidas. O estudo constatou que a maioria foi feita nos Estados Unidos, de onde foram contrabandeados 295 armamentos deste tipo. 
De acordo com a PM, as unidades da plataforma Colt, de origem norte-americana, tem licença para comercialização em países como Paraguai, Bolívia e Colômbia, o que facilita a entrada clandestina no Brasil. A pesquisa mostra que grande parte dos fuzis chega ao território nacional em peças avulsas, que são compradas nos Estados Unidos por aproximadamente R$ 6 mil. Depois de montadas por armeiros, são vendidas às facções criminosas por cerca de R$ 50 mil.
Além dos EUA, os fuzis apreendidos também saem de países como Israel, Alemanha, Áustria e República Tcheca. Em um levantamento preliminar, a PM constatou que 60% dos armamentos desse tipo apreendidos em 2025 foram fabricados nos Estados Unidos, indicando uma tendência semelhante ao ano passado.
Além da procedência das armas, o levantamento constatou que 365 dos 604 fuzis foram recolhidos em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho. Outros 204 estavam áreas sob influência do Terceiro Comando Puro, 48 em territórios da milícia e 12 da facção Amigos dos Amigos.
Secretário da Polícia Militar, o coronel Marcelo de Menezes Nogueira entende que o contrabando de armas precisa ser combatido a partir de uma política nacional e internacional. "A apreensão de fuzis é um dos maiores desafios da corporação no contexto da segurança pública do estado. Nossa tropa não vai esmorecer, mas é preciso alertar para a necessidade urgente de uma política de âmbito nacional, e até internacional, para deter o contrabando de armas, envolvendo outros atores da área de segurança", explicou.