Bebês reborn viralizam nas redes sociaisReprodução/ Redes Sociais
O caso mais emblemático ocorreu em Janaúba, Minas Gerais, onde a influenciadora digital Yasmin Becker, de 17 anos, levou seu bebê reborn, chamado Bento, a um hospital local. A jovem simulou uma situação de emergência, alegando que o "filho" não estava se sentindo bem. Durante a visita, uma enfermeira entrou na brincadeira, pesando o boneco e "prescrevendo" uma medicação fictícia. O vídeo da ação viralizou, alcançando milhões de visualizações e dividindo opiniões. A influencer deixou claro que a ação foi totalmente armada.
A influenciadora Carolina Rossi, também conhecida como "Sweet Carol", publicou um vídeo simulando o parto de um bebê reborn. Na gravação, a boneca aparece dentro de uma bolsa amniótica e com um "cordão umbilical". O vídeo gerou polêmica nas redes sociais, com muitos internautas questionando a sanidade da influenciadora.
Em São Paulo, um grupo de mulheres que cuidam de bebês reborn organizou um encontro no Parque Ibirapuera. O evento contou com a participação de influenciadoras digitais que compartilham a rotina com os bonecos. O encontro gerou polêmica nas redes sociais, com usuários questionando a linha tênue entre brincadeira e realidade.
"O fato aconteceu na noite deste domingo (18), quando uma jovem de 25 anos, levou um bebê reborn para tentar atendimento da UPA de Guanambi. Mantivemos contato com a família da jovem para entender sobre o caso. Segundo eles, a jovem comprou há cerca de um mês a boneca na internet, por R$ 2.800 reais, redobrou os cuidados e já buscaram ajuda profissional", disse a prefeitura.
Esses casos ilustram como os bebês reborn têm sido utilizados de maneiras diversas, provocando debates sobre os limites entre fantasia e realidade. Enquanto para alguns eles representam uma forma de expressão ou terapia, para outros, certas atitudes podem ser vistas como preocupantes. O fenômeno continua a crescer, alimentado pelas redes sociais e pela busca por conexões emocionais.
Poder legislativo também em debate
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, no início deste mês, o Projeto de Lei nº 1892/2023, que institui o "Dia da Cegonha Reborn", a ser comemorado em 4 de setembro. A proposta, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), visa homenagear as artesãs conhecidas como "cegonhas", responsáveis por confeccionar os bebês reborn. Segundo o parlamentar, muitas dessas mulheres encontraram na confecção dos bonecos uma forma de superar traumas, como depressão e perdas familiares, transformando a atividade em uma fonte de renda e terapia.
"A arte da Cegonha Reborn também tem sido utilizada em diversos países, como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu, e ainda, tem contribuído para transformar os adultos colecionadores em mamães e papais, que passam a adotar essas experiencias em suas vidas reais", diz a justificativa da proposta.
Em contrapartida, A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) está analisando mais um Projeto de Lei relacionado aos bebês reborn. Dessa vez, a autoria é do deputado Renan Jordy (PL), que quer proibir o atendimento a bebês reborn nos serviços públicos do estado, como hospitais, escolas e delegacias. A proposta está estabelecida no PL N° 5406/2025.
“A aprovação deste Projeto de Lei é essencial para assegurar a racionalidade na utilização dos recursos públicos, alinhando-se aos preceitos constitucionais e promovendo a eficiência e a justiça no atendimento à população fluminense”, defendeu o deputado.
Nas assembleias legislativas de São Paulo, Bahia, Paraíba, Espírito Santo e Alagoas também já possuem projetos de lei em andamento que desejam a restrição do uso de bebês reborn em locais públicos como hospitais.
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