Novidades do Programa Agora Tem Especialistas foram anunciadas em evento no Hospital Universitário Pedro ErnestoDivulgação / Ministério da Saúde

Rio - O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (26) a chegada de nove novos médicos especialistas para atuar em quatro cidades do Rio de Janeiro. Durante evento no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj), ainda foi divulgada a liberação de R$ 89,6 milhões para a obra de 24 novas unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), em 22 municípios do estado. As medidas integram as ações do Programa Agora Tem Especialistas.

Com recursos do Novo PAC Seleções 2025, a rede pública de saúde no Rio de Janeiro contará com mais nove Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e duas Policlínicas. Já as 13 novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) vão fortalecer a Atenção Primária, que ao ser qualificada, contribuirá para reduzir a sobrecarga na Atenção Especializada do estado.

"Esse é um esforço importante do Agora Tem Especialistas para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. A expansão imediata da oferta de serviços, com a mobilização de toda a estrutura pública e privada de saúde do país, vem acompanhada de mais investimento em infraestrutura pelo Novo PAC Saúde. Uma frente estruturante que vai garantir mais serviços de saúde para a nossa população", afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
No Brasil, estão previstas a construção de 899 novas unidades de atendimento, com um investimento total de R$ 2,5 bilhões, beneficiando 26 estados. Até o momento, 322 médicos especialistas já começaram a atuar em 156 municípios.
Incentivos do Programas de Residência

Em mais uma ação do programa Agora Tem Especialistas, o Ministério da Saúde também anunciou incentivos financeiros para residentes, preceptores, tutores e coordenadores dos Programas de Residência em 20 especialidades médicas, além de Enfermagem Obstétrica e Física Médica. Para essa ação, está previsto o investimento de R$ 112 milhões até o fim de 2026.

“O programa tem um trabalho muito forte de formação destes médicos profissionais, além de mutirões de atendimentos e o credenciamento de hospitais privados para atendimentos pelo SUS”, destacou a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Fernanda De Negri.

Para ampliar o número de profissionais especialistas no país, o Agora Tem Especialistas abriu 4 mil bolsas de residências, sendo 3 mil para Residência Médica em especialidades como Anestesiologia, Radiologia e Cirurgia Oncológica, além de mil bolsas para Residência em Área Profissional da Saúde que abrangem especialidades da Saúde da Mulher, Saúde Mental, Enfermagem Obstétrica, dentre outras.

Atualmente, o Rio de Janeiro conta com 285 programas de Residência Médica e 2.306 médicos com bolsas financiadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, o estado possui 32 Programas de Residência em Área Multiprofissional e 814 residentes com bolsas custeadas pela pasta.

Essa é a maior concessão de bolsas ofertada pelo Ministério da Saúde nos últimos 10 anos. Instituições interessadas em formar profissionais especialistas em áreas prioritárias para o SUS devem se inscrever no programa até 30 de outubro.
Certificação dos hospitais de ensino

O Ministério da Saúde também voltou a certificar os hospitais de ensino, um reconhecimento oficial que qualifica as unidades hospitalares como ambientes formadores. Atualmente, o Rio de Janeiro conta com 22 hospitais certificados, sendo que 115 hospitais têm potencial para solicitar a certificação no estado.

Já o Brasil tem 202 hospitais de ensino. Destes, cinco estão entre os 300 melhores do mundo, segundo ranking da revista americana Newsweek. Mais de 1.134 unidades hospitalares estão elegíveis para a certificação.

Maior número de profissionais vai para o Nordeste

Além do Rio de Janeiro, os profissionais chegaram para reforçar a rede pública de saúde em Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal.

Nesta primeira etapa do provimento, o Nordeste - que historicamente tem a maior carência de médicos especialistas - recebe o maior número de profissionais: 188 médicos, que correspondem a 58% do total.

Em seguida, estão as regiões Sudeste com 70 profissionais, Norte (40), Centro-oeste (17), e Sul (7). Do total de especialistas, 72% atuarão em áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade, sendo 22% alocados em municípios da Amazônia Legal.

Para a distribuição das vagas, foram priorizadas as regiões com número de especialistas abaixo da média nacional e as que a população precisa se deslocar mais para conseguir atendimento. Também foi considerada a capacidade instalada para oferta da assistência.

As especialidades com maior número de profissionais são Ginecologia (98), Anestesiologia (37), Otorrinolaringologia (26), Cirurgia Geral (25) e em diferentes áreas do atendimento oncológico (66).