No livro, Luis Cosme Pinto se aprofunda em temas como relacionamentos e reflexões sobre a vidaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Em 'Acabou, mas continua', Luis se aprofunda em temas como relacionamentos amorosos, amizade e reflexões sobre a vida, com um olhar sensível. O título, segundo o cronista, surgiu de uma observação urbana em São Paulo. "Há ruas que parecem terminar, mas continuam mais à frente, depois de uma parede, por exemplo. Às vezes em um único traçado, duas ruas levam outros nomes. Quis brincar com essa ideia, porque há coisas na vida que acabam, mas não terminam", reflete.
Jornalista premiado se reinventou aos 60 anos
Ao longo de 36 anos de jornalismo, Luis conquistou o Prêmio Embratel, pela TV Globo, e foi três vezes vencedor do Prêmio Vladimir Herzog (2006, 2007 e 2008), pela TV Record. Mas foi depois de décadas diante das câmeras e das pautas diárias que ele ouviu um conselho que mudaria sua vida.
"Um dia, minha filha Lorena me perguntou: 'O que você está esperando para fazer aquilo que você gosta?' E isso foi um toque que normalmente um pai dá para a filha, mas dessa vez veio dela para mim. A partir dali, entendi que era hora de seguir o meu sonho", lembra o escritor em entrevista ao DIA.
Pouco tempo depois, Luis pediu demissão da TV Globo e se lançou na literatura, aos 60 anos, com o entusiasmo de um estreante: "Foi libertador. O jornalismo me ajudou muito na escrita. A curiosidade de repórter, o olhar para o detalhe. Mas a literatura me permite mergulhar mais fundo, imaginar, criar. E eu sou um cara que acredita no sonho e na imaginação".
Laços que viram arte
O novo livro traz ainda uma participação especial. A capa foi desenhada pela filha dele, Luisa Vasconcellos, de 32 anos, artista plástica. "Acabou sendo uma parceria que me encheu de orgulho. Ter a arte dela na capa é como selar um ciclo familiar de amor e criatividade", diz.
Luis também encontrou na literatura uma forma de devolver à sociedade parte do que aprendeu ao longo da vida. Ele levou suas crônicas para presídios femininos em São Miguel Paulista e Santana, em São Paulo, promovendo encontros de leitura e troca com as detentas. Também realizou atividades com deficientes visuais, em que as crônicas eram lidas em conjunto. "A literatura me permite continuar sendo repórter da vida, só que agora com mais tempo, mais escuta e mais imaginação."













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