Em desabafo, Dayene Nicácio diz que teve a família destruída e pede por justiçaReprodução/Redes Sociais
'Acabaram com minha família', diz mulher de jovem morto ao não parar em abordagem da PM
Andrew Andrade do Amor Divino, de 29 anos, deixa dois filhos, de 6 anos e outro recém-nascido
Rio - Familiares e amigos se despedem, neste domingo (9), de Andrew Andrade do Amor Divino, de 29 anos. O jovem morreu ao ser baleado por um policial militar, quando desobedeceu a uma abordagem, nas proximidades do Complexo do Chapadão, Zona Norte, na madrugada de sexta-feira (7). Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O corpo será sepultado a partir das 13h, no Cemitério de Ricardo Albuquerque.
Segundo relatos, Andrew não teria ouvido a ordem de parada dos policiais, porque estaria com o som do carro que dirigia em volume alto. A Polícia Militar informou que equipes realizavam um patrulhamento na região e foram atacadas a tiros por criminosos em três motocicletas. "Na sequência, o condutor de um veículo, que não obedeceu a ordem de parada, avançou pelo cerco policial. Um dos agentes efetuou um disparo, vindo a ferir o motorista", disse a corporação.
Andrew chegou a ser levado pelos PMs ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte, mas acabou morrendo. Em uma publicação nas redes sociais na manhã deste domingo, horas antes do sepultamento, a mulher da vítima, Dayene Nicacio, fez um desabafo emocionado, em que diz que teve a família destruída e pede por justiça. Ela e o marido eram pais de dois filhos, um de 6 anos e outro recém-nascido.
"Eu estou sem chão, hoje é dia de enterrar o meu marido. Eu não tinha que estar passando por isso, meu filho não tinha que estar passando por isso. Meu filho não tinha que dar o último adeus ao pai dele. Eles (policiais) não tinham esse direito de tirar a vida dele assim. Eles acabaram com a minha família. Eu quero justiça pelo meu marido, eu vou até o fim. Nada vai trazer ele de volta, mas eu quero justiça", lamentou Dayenne, muito abalada.
De acordo com a PM, a corporação instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do fato, que foi registrado na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque). A Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o caso. O espaço está aberto para manifestação.




Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.