Lançamento do projeto da Praça Onze Maravilha na quadra da Estácio de SáReginaldo Pimenta/Agência O DIA
Na sequência, o evento teve a participação da bateria da agremiação, fazendo o trajeto que passou por dentro do Sambódromo. Ao chegar no Calouste Gulbenkian, os representantes encontraram com a concentração do tradicional Cortejo da Tia Ciata, onde aconteceu uma troca das baterias, que saiu do local, passando pela Avenida Presidente Vargas, em direção ao Monumento Zumbi dos Palmares.
Ela vai renascer... vem aí a PRAÇA XI MARAVILHA!
— Eduardo Paes (@eduardopaes) November 20, 2025
O berço do samba e da alma cosmopolita do Rio de Janeiro será devolvido aos cariocas! pic.twitter.com/35wNirvocZ
No entorno da Marquês de Sapucaí, as calçadas serão mais largas e permeáveis, com melhorias na drenagem, nova iluminação e mais áreas verdes. O Sambódromo permanece preservado em sua estrutura, porém com acessos modernizados e suporte logístico mais eficiente, tanto no período do Carnaval quanto no dia a dia.
Áreas, hoje, subutilizadas serão ocupadas por novas unidades residenciais, com comércio e serviços no térreo. A expectativa é de 40 mil novas unidades residenciais e 100 mil novos moradores na região.
Outra novidade é a Biblioteca dos Saberes, projetada por Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker, que será um dos principais equipamentos culturais do Rio nas próximas décadas. Com mais de 40 mil metros quadrados, o edifício terá cobogós, pilotis e jardins suspensos que conferem leveza a uma arquitetura de escala monumental. O local terá o dobro da área do Museu do Amanhã.
Biblioteca dos Saberes
O espaço será dedicado à memória, ao conhecimento, às expressões populares e à biodiversidade, reunindo teatro, anfiteatro, cozinhas, salas de estudo e áreas expositivas. No centro do edifício, uma torre circular de quatro andares aberta à luz natural simboliza a universalidade do conhecimento. Inspirada no manto Tupinambá e nas árvores da vida, a torre reforça que cultura e saber são instrumentos de transformação e pertencimento.
A Biblioteca integrará acervos de iniciativas, como o Museu de Imagens do Povo, e adotará modelos de mediação cultural inspirados em experiências internacionais, como o V&A East Museum, em Londres. O local escolhido, o Terreirão do Samba, ao lado do monumento a Zumbi dos Palmares, está no coração da Pequena África, território onde nasceu o samba e a identidade cultural da cidade. Construir ali a Biblioteca dos Sabres reafirma que o patrimônio intelectual do Rio também nasce da cultura popular e das ruas.
A Biblioteca dos Saberes é o principal legado do Rio Capital Mundial do Livro e tem como objetivo fundamentar o processo de democratização do livro e da bibliodiversidade na cidade do Rio de Janeiro. Coordena a integração entre bibliotecas públicas e comunitárias, das melhores práticas em urbanismo e infraestrutura à composição dos acervos da cidade.
Com as novas mudanças, região vai ganhar a primeira ilha flutuante do Parque do Porto, projeto anunciado no ano passado e que começa a ganhar forma.
A primeira ilha flutuante será construída próximo ao Museu do Amanhã, com uma área total de mais de 16,8 mil metros quadrados, e terá praça gastronômica com restaurantes, quiosques e lojas na área central, uma arena de eventos, um jardim escultório, um parque lúdico, uma marina e um deck flutuante.
Modelo de viabilidade econômica
Para viabilizar as intervenções, a Prefeitura enviará, na próxima segunda-feira (24), um Projeto de Lei à Câmara de Vereadores, que propõe a criação da Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) Praça Onze Maravilha. A nova área, de 2,5 milhões de metros quadrados, engloba ruas dos bairros Catumbi, Estácio, Cidade Nova e Praça XI, como Rua Frei Caneca, Rua dos Inválidos, Av. Paulo de Frontin, Praça da República, Praça da Cruz Vermelha e Av. Presidente Vargas.
A lei da AEIU traz regras urbanísticas específicas para a região, como gabarito e taxa de ocupação, para permitir a construção dos residenciais e a oferta de serviços para os novos moradores. Somente na Praça Onze Maravilha, serão construídas 37,5 mil unidades residenciais nos próximos 25 anos, com a expectativa de atrair mais de cem mil moradores.
Os investimentos privados serão realizados por meio de contratos de concessão e Parcerias Público-Privadas (PPPs), que misturam diferentes instrumentos, como potencial construtivo e pagamento de outorga onerosa. Além disso, o Município irá criar um fundo imobiliário com imóveis e terrenos públicos que poderão ser utilizados na operação.
A proposta será discutida em audiência pública ainda neste ano, e o projeto de lei será enviado à Câmara Municipal até dezembro.































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